A congressista democrata norte-americana Katie Hill, que renunciou ao lugar após revelações sobre a sua vida sexual e a publicação de fotos íntimas na segunda-feira, prometeu que vai lutar para que o seu exemplo não desanime outras mulheres que desejam fazer política.
Num vídeo publicado no Facebook, Katie Hill disse que foi vítima de uma “campanha de calúnia” orquestrada por seu marido, com quem vive um processo complicado de divórcio, e seguida pelos “media de direita” e pelos seus “opositores republicanos”, anunciou esta terça-feira a agência Lusa.
Katie Hill, de 32 anos, levou seu caso à polícia do Capitólio para investigar a divulgação de fotografias em que aparece nua, uma vez que as leis em vigor em Washington proíbem a publicação de imagens eróticas sem a concordância da parte interessada.
De acordo com o Diário de Notícias, foi o jornal britânico Daily Mail que publicou as fotografias em que a congressista aparece nua, além das mensagens de texto com a assistente de campanha e desta com o marido de Kelly Hill, que justifica as suspeitas levantadas pelo site conservador RedState, sobre a existência de uma relação a três.
No anúncio, no qual quase não conteve as lágrimas, lembrou que nunca se assumiu como uma pessoa perfeita: “Nunca imaginei que as minhas imperfeições fossem usadas como arma e fossem usadas para tentarem destruir a minha pessoa e a comunidade que amei durante toda a minha vida. Por isso, peço muitas desculpas”.
Katie Hill admitiu estar “magoada” e “zangada” com todo este episódio, mas garante que a sua luta não terminou, prometendo por isso “continuar a luta pela democracia, justiça e igualdade” para que possa contribuir para que “o mundo seja um lugar melhor”.
“Não quero que a minha experiência seja usada para assustar jovens mulheres que desejam ser candidatas em eleições”, declarou.
Segundo a Lusa, Katie Hill foi eleita em novembro de 2018 num distrito eleitoral da Califórnia até então dominado pelos republicanos e era considerada uma das figuras emergentes dos jovens democratas.
Na quarta-feira, a Comissão de Ética da Câmara dos Representantes abriu uma investigação depois de Katie Hill ter sido acusada de manter relações impróprias com um seu subordinado, o assistente legislativo Graham Kelly, desde a chegada a Washington.
Desde fevereiro de 2018, as regras do Capitólio proíbem relacionamentos íntimos entre os legisladores e os seus assistentes ou funcionários, como forma de precaver casos de abuso de poder e assédio sexual. Na prática, Katie Hill poderá ser a primeira a ser apanhada nas malhas desta lei, aprovada por largo consenso, continuou o Diário de Notícias.
Katie Hill admitiu o caso com a assistente de campanha, que não pode ser abrangido pelos regulamentos do Capitólio, mas negou categoricamente o caso com Graham Kelly.
Na noite de domingo, contudo, anunciou a sua intenção de renunciar. “Não quero ser uma distração na crise constitucional atual”, disse num vídeo, referindo-se à investigação aberta por deputados democratas contra o Presidente norte-americano Donald Trump em busca de um processo de ‘impeachment’.
Sejam democratas ou republicanos, muitos deles estão doentes, psicóticos e sem ideais. Resumindo numa palavra podridão.