Conflito Irão-Israel: setor da energia de olhos postos no Estreito de Ormuz

Atef Safadi / EPA

Ataques iranianos a Telavive

Pode a crescente tensão no Médio Oriente afetar o preço do petróleo e do gás natural? Por agora, a situação está sob controle, mas tudo depende da escalada do conflito.

O Médio Oriente está em chamas, e isso pode chegar aos nosso bolsos, à semelhança do que aconteceu com a guerra na Ucrânia, mais próxima geograficamente, mas não muito diferente a nível de efeito bola de neve.

O ataque israelita ao Irão na passada sexta feira fez subir o preço do barril de petróleo para cerca de 67 euros. Como explica o The Guardian, o efeito direto do ataque deixou os mercados alerta para a possibilidade da região cortar o fluxo de crude.

Por agora, no entanto, o preço estagnou, e encontra-se bem longe dos valores que o petróleo atingiu após o eclodir do conflito na Ucrânia. O mercado poderá já ter refletido uma perda parcial da produção iraniana, sustentam os analistas do Deutsche Bank, pelo que os preços tenderão a manter-se estáveis, com a a intervenção dos EUA, que também não quererão um aumento do preço dos combustíveis.

Estreito de Ormuz: o grande foco

É um pequeno estreito no sul do Irão, com 34 km de largura, mas pode ser essencial no que toca ao preço da energia. Por lá passam cerca de 20% da oferta global de petróleo e 20% do gás natural liquefeito.

O Irão, grande exportador de petróleo — o 16.º que mais exporta crude, segundo a CIA — já ameaçou no passado encerrar este estreito em retaliação bélica.

Os analistas explicam que, embora seja uma medida extrema e, nesta fase, improvável, seria destrutiva no que ao preço da energia diz respeito.

A Lloyd’s List Intelligence, que monitoriza o tráfego marítimo, assegurou que as operações de carga de navios no Golfo continuaram durante o fim de semana, mas os petroleiros à espera de carregar no Irão mantêm agora uma maior distância do porto.

De olhos postos neste lugar, os analistas seguem de perto o conflito no Médio Oriente, onde se encontram os maiores exportadores de petróleo do mundo — e que não têm medo de o fazer jogar a seu favor.

ZAP //

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