Cientistas descobriram que os condores podem reproduzir-se de forma assexuada

Joe Lewis / Wikimedia

Um condor-da-Califórnia

Condor-da-Califórnia (Gymnogyps californianus)

Cientistas descobriram os primeiros casos de partenogénese em condores-da-Califórnia, ou seja, fêmeas que eclodiram ovos sem nenhum macho envolvido na sua fertilização.

Nos últimos 30 anos, investigadores catalogaram dados de ADN de todos os condores-da-Califórnia (mais de mil). Mas, recentemente, quando analisaram os genótipos de dois machos desse banco de dados perceberam que a informação genética de ambos só correspondia com as das progenitoras.

Os cientistas pensaram que poderia ter-se tratado de um erro nos testes genéticos destas aves, que entretanto já faleceram, e por isso voltaram a repetir o processo. Os resultados não mudaram, o que fez a equipa perceber que a partenogénese era uma possibilidade.

“A única forma de explicar os genótipos destes dois machos foi tendo uma contribuição 100% feminina, sem contribuição paterna”, explica ao site Live Science Cynthia Steiner, da organização San Diego Zoo Wildlife Alliance.

De acordo com Steiner, uma das autoras do estudo publicado a 28 de outubro na revista científica Journal of Heredity, as crias nascidas por partenogénese só poderiam ser machos, isto porque apenas dois cromossomas sexuais correspondentes podem ser formados durante este tipo de reprodução assexuada.

No caso dos condores, são as fêmeas que têm cromossomas sexuais incompatíveis e, portanto, quando a fêmea fertiliza os seus próprios óvulos, todos os descendentes resultantes têm cromossomas ZZ (WW não é uma combinação viável).

As mães destas duas aves tiveram várias crias ao longo do tempo através da reprodução sexuada, logo, serão necessárias mais pesquisas para determinar os fatores que as levaram a reproduzir-se de forma assexuada.

Certo é que descobrir esta estratégia reprodutiva é algo significativo porque, há algumas décadas, esta espécie esteve quase a desaparecer da Natureza e ainda continua em perigo.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.