O governo da capital da Coreia do Sul estabeleceu uma nova regra para forçar os funcionários a ir embora na hora certa – os computadores serão desligados automaticamente às 19h.
Inicialmente, o encerramento automático irá funcionar apenas às sextas-feiras.
A administração está a tentar acabar com o que é classificado como “cultura de trabalhar demasiado” – algo que também está sob escrutínio no vizinho Japão, onde os casos de morte por excesso de trabalho, incluindo suicídios, chamaram a atenção dos meios de comunicação social e da opinião pública, de acordo com a BBC.
A Coreia do Sul tem uma das maiores jornadas de trabalho do mundo. Os funcionários públicos trabalham uma média de 2.739 horas por ano – cerca de mil horas a mais que os trabalhadores doutros países desenvolvidos.
Isso dá cerca de 57 horas por semana. Em Portugal, a jornada de trabalho de funcionários públicos costuma ser de 40 horas por semana e, a partir de 1 de julho, passará a 35 horas semanais.
A nova regra do governo municipal de Seul será implantada em três fases ao longo dos próximos três meses, a começar no dia 30 de março, quando os computadores serão desligados às 20h.
Em abril, os trabalhadores já não poderão usar os aparelhos a partir das 19h30 em duas sextas-feiras por mês. A partir de maio, os computadores são desligados todas as sextas, às 19h.
Segundo o governo, todos os funcionários estarão sujeitos às novas medidas, mas podem ser concedidas exceções em circunstâncias especiais.
No entanto, a maioria dos funcionários parece discordar das medidas – de acordo com a administração, 67,1% dos trabalhadores pediram para ser excluídos do esquema.
O excesso de trabalho é um problema recorrente na Coreia do Sul. No início de março, a Assembleia Legislativa aprovou uma lei para diminuir a jornada de trabalho máxima de 68 horas por semana para 52 horas.