Surpresa: computadores clássicos podem superar computadores quânticos

IBM

Supercomputador IBM Quantum System One em Ehningen, Alemanha

Afinal, a computação quântica não é inigualável, revela um estudo. O que é essencial é acertar num algoritmo.

Já foi anunciado: o futuro chama-se computação quântica.

Dificilmente algum leitor do ZAP terá um computador quântico em casa, mas a computação quântica promete revolucionar a tecnologia.

Os computadores quânticos aceleram a factorização de grandes números, quebram códigos num período mais curto; algo que é mais complicado para computadores tradicionais. A velocidade de processamento é outra.

No ano passado foi apresentado um computador quântico da Google, 47 anos mais rápido do que os supercomputadores actuais.

Mas e se os computadores quânticos não fossem assim tão inigualáveis? E se um computador “velho”, dos que temos em casa, conseguisse igualar ou mesmo superar um amigo quântico?

Um estudo apresenta essa tese.

Os autores do estudo lembram que os qubits dos quânticos sãomais rápidos e com maior capacidade de armazenamento do que os computadores binários; conseguem armazenar informações em valores entre 0 e 1, o que deixa os computadores clássicos num patamar abaixo.

No entanto, os computadores quânticos são meticulosos e tendem a perder informações.

E, mesmo que não haja perda de informação, é difícil traduzir essa informação em informação clássica – algo fulcral para produzir um cálculo útil.

Dries Sels, um dos autores do artigo, afirmou em comunicado que “é difícil obter vantagem quântica com um computador quântico sujeito a erros.”

Os computadores clássicos não passam por nenhum destes dois entraves.

Além disso, algoritmos clássicos concebidos de forma muito cuidada (e inteligente) podem explorar ainda mais os desafios duplos da perda e tradução de informações; e os clássicos poderão imitar um computador quântico com muito menos recursos do que se pensava.

Ou seja, um computador clássico pode igualar ou mesmo superar um quântico, mas é preciso reconfigurá-lo para fazer cálculos mais rápidos e mais precisos do que os computadores quânticos de última geração.

Para isso, nesta análise foi criado um algoritmo que mantém apenas parte da informação armazenada no estado quântico – e apenas o suficiente para poder calcular com precisão o resultado final.

Foi criado um tipo de rede tensorial que representa fielmente as interacções entre os qubits; redes optimizadas com ferramentas que vêm da inferência estatística.

Os investigadores comparam o trabalho do algoritmo à compactação de uma imagem em um arquivo JPEG, que permite armazenar imagens grandes em menos espaço, eliminando informações e quase sem perda de qualidade da imagem.

Mas uma das prioridades da equipa de especialistas é desenvolver ferramentas para trabalhar com uma ampla gama de diferentes redes de tensores. E estão confiantes de que vão elevar – ainda mais – o nível da computação… quântica.

ZAP //

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