Novos tipos de compostos orgânicos, componentes básicos da vida na Terra, foram detetados nas plumas da lua Encélado.
No ano passado, a análise dos dados da missão Cassini, que estudou Saturno e as suas luas, permitiu confirmar a existência de moléculas orgânicas complexas e insolúveis em Encélado, a lua congelada do planeta gasoso, onde existe um oceano subterrâneo no estado líquido.
A mais recente descoberta da NASA anuncia novos tipos de compostos orgânicos, menores e solúveis, na lua de Saturno. Esta descoberta reforça a importância de estudar este satélite natural, uma vez que as moléculas orgânicas são um elemento essencial para a existência de vida.
Os novos tipos de compostos orgânicos foram descobertos nas plumas de Encélado – na superfície desta lua há ruturas que expelem o líquido interior e foi desta forma que a Cassini conseguiu obter informações sobre o intrigante fenómeno.
A NASA explica que “poderosas fontes hidrotermais ejetam material do núcleo de Encélado, que se mistura com a água do imenso oceano subterrâneo da lua antes de ser libertado no Espaço como vapor de água e grãos de gelo” e “as moléculas recém-descobertas, condensadas nos grãos de gelo, foram determinadas como compostos que continham nitrogénio e oxigénio”.
Na Terra, compostos semelhantes aos recém descobertos na lua de Saturno participam em reações químicas que produzem aminoácidos, um dos blocos de construção da vida. Além disso, são as fontes hidrotermais no fundo do oceano que fornecem a energia necessária para alimentar essas reações.
Uma vez que existem fontes hidrotermais em Encélado, a descoberta deste novos compostos orgânicos sugere que podem mesmo existir aminoácidos no satélite natural de Saturno, explica o CanalTech.
“Se as condições estiverem corretas, estas moléculas vindas do oceano profundo de Encélado podem estar no mesmo caminho de reação que observamos aqui na Terra. Ainda não sabemos se os aminoácidos são necessários para a vida além da Terra, mas encontrar estas moléculas é uma peça importante deste quebra-cabeças”, afirmou Nozair Khawaja, líder da investigação, publicada dia 2 de outubro no Monthly Notices.
“Este trabalho mostra que o oceano de Encélado tem blocos reativos em abundância, sendo outra luz verde na investigação da habitabilidade de Encélado”, acrescentou o co-autor do estudo, Frank Postberg.