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Como ter uma discussão saudável

O segredo que separa os casais felizes dos que mostram níveis de insatisfação na relação está na forma como comunicam durante os conflitos que surgem. Mas como é que isso se faz?

Todos os casais discutem. As pessoas são diferentes, têm interesses e necessidades diferentes, e, portanto, é inevitável que surjam conflitos.

Aliás, quando eles não existem, porque são evitados, pode ser um sinal de preocupação. Um conflito é apenas isso, um conflito, uma divergência de opiniões. Só se torna problemático quando o tornamos pessoal.

O segredo que separa os casais felizes daqueles que demonstram níveis de insatisfação na relação prende-se com a forma como comunicam durante os conflitos que surgem.

Ou seja, os casais felizes não evitam o conflito, falam sobre ele e abordam-no com uma perspetiva generosa, respeitadora, com curiosidade sobre a outra pessoa, e, acima de tudo, dando o benefício da dúvida.

Mas como é que se faz?

Para conseguirmos uma resolução de conflitos saudável, devemos praticar uma escuta ativa. É fulcral ouvir verdadeiramente, com atenção e curiosidade, sem interromper e sem julgar prematuramente o que a outra pessoa está a dizer.

Quando a pessoa termina a sua exposição, pode repetir, por palavras suas, o que ouviu, para perceber se entendeu realmente a mensagem que a outra pessoa estava a tentar transmitir.

Se sim, pode começar a sua explanação. Se não, a outra pessoa deverá tentar novamente expressar o seu ponto de vista, até ser totalmente compreendida.

Quando for a sua vez de falar, deve fazê-lo com respeito e gentileza. Comece as frases por “eu” e não por “tu”, uma vez que as frases iniciadas por “tu” colocam o ónus da responsabilidade na outra pessoa e podem soar como um ataque – e não é isso que se pretende. Daí que as frases que começam com “eu” têm maior probabilidade de ser empatizadas do que as iniciadas por “tu”.

Seguidamente, pode explicar como se sente sobre determinado assunto (“eu sinto-me triste/zangada/desesperançada”, por exemplo). Evite os “sempre” e os “nunca” e foque-se numa situação concreta (“Eu senti-me frustrada, porque ontem quando cheguei a casa, a loiça do pequeno-almoço ainda estava no lava-loiças”, por exemplo).

Prossiga com uma solução (“Gostava que colocasses a loiça na máquina de lavar, assim que terminasses o pequeno-almoço. Pode ser?”)

Esta forma é totalmente diferente do típico “É sempre a mesma coisa. Tu nunca arrumas a loiça do pequeno-almoço!”.

Não torne a questão pessoal e concentre-se na tarefa, não na pessoa. O problema é a loiça no lava-loiças e não uma característica da outra pessoa. As críticas são destruidoras das relações saudáveis e quanto mais uma pessoa se sente criticada, menos vontade e motivação terá de investir no relacionamento.

É fundamental respeitar a outra pessoa, as diferenças entre ambos, e tentar controlar as emoções. Nesse sentido, nunca é boa ideia discutir quando se está muito tenso. É preferível afastar-se um pouco, respirar fundo e, com calma, iniciar a conversa.

Muitas vezes, a resolução só acontece quando há um compromisso mútuo. Aceite a influência da outra pessoa e o facto dela ter ficado magoada com qualquer coisa que fez. Assumirmos as responsabilidades das nossas ações é meio caminho andado para conseguirmos chegar a bom porto!

Sara Malcato, ZAP //

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