Todos choramos a cortar cebola. Ou já conhece estes truques? Este alimento traiçoeiro tem muita física que se lhe diga.
Quando se cortam as cebolas, estas libertam para o ar uma mistura de compostos ricos em enxofre, um dos quais é o óxido de syn-propanethial-S. Esta substância química ativa os nervos dos olhos responsáveis pela produção de lágrimas, detalha a New Scientist.
O objetivo é, portanto, reduzir a libertação dessa substância. Os autores de um estudo publicado este mês e disponível no arXiv fizeram uso de um microscópio eletrónico para medir a largura da ponta da lâmina, que variava entre 5 e 200 milímetros.
Quando fatiamos a cebola com um faca que perdeu o corte, a lâmina faz com que a pele da cebola se dobre, armazenando energia elástica e aumentando a pressão no interior da cebola.
Quando a pele entra em erupção, fá-lo de forma mais explosiva, fazendo com que algumas partículas atinjam velocidades de até 40 metros por segundo, e podendo estas inclusivamente fragmentar-se. O melhor é, portanto, ter a faca o mais afiada possível.
O mais recomendado é também um corte lento — uma velocidade mais rápida produz quatro vezes mais partículas.
“O corte é um processo muito estranho”, diz Anne Juel, da Universidade de Manchester, no Reino Unido. “Cortamos coisas com facas todos os dias, mas para cortar algo, é preciso descer à escala atómica“.
“Se vai realmente mudar muita coisa na cozinha? Não é óbvio para mim que vá ser particularmente útil”, conclui.