O “Cometa do Natal” pode ter desencadeado uma chuva de meteoros em Vénus

Patrick Prokop / HeavenlyBackyardAstronomy

O cometa Leonard fotografado a 1 de dezembro, em Savannah, nos Estados Unidos

Apesar de improvável, é possível que o cometa Leonard, batizado por alguns astrónomos como “Cometa de Natal”, tenha desencadeado uma chuva de meteoros em Vénus este fim de semana.

O C/2021 A1, também conhecido como cometa Leonard ou “Cometa de Natal”, passou muito perto do planeta Vénus este fim de semana.

Além de ter desempenhado o papel de marcador no céu noturno, ajudando os astrónomos a identificar o cometa mais facilmente, a sua proximidade ao planeta pode ter produzido uma chuva de meteoros.

Segundo o Live Science, tendo em conta a espessa cobertura de nuvens em Vénus, observar este evento exigiria estar entre 55 e 60 quilómetros acima da superfície, um local onde a temperatura e a pressão são algo semelhantes à Terra.

Num artigo científico disponível no arXiv, Qicheng Zhang, estudante de Ciências Planetárias na Caltech, sugeria que o melhor cenário para uma chuva de meteoros acontece quando Vénus “atravessa” o rasto do cometa.

Este cenário é, no entanto, bastante raro, uma vez que exigiria uma atividade muito elevada do cometa. Mas não impossível.

“Se tivéssemos uma deteção positiva de meteoros em Vénus a partir deste evento, essa observação dir-nos-ia que este cometa estava bastante ativo a grandes distâncias do Sol”, explicou Zhang em declarações ao Space.

O Leonard foi descoberto em janeiro deste ano, quando se encontrava entre Marte e Júpiter, e esteve no seu ponto mais próximo da Terra entre os dias 12 e 14 de dezembro,

O cometa foi descoberto a partir do Mount Lemmon Infrared Observatory, no Arizona, pelo astrónomo Gregory J. Leonard, que inicialmente o identificou no início deste ano, quando passava pela órbita de Marte “como uma mancha ténue”.

As observações e análises subsequentes mostraram aos cientistas que se tratava de um cometa com um período de órbita longo, de cerca de 80 mil anos. A sua passagem pela Terra é, portanto, um espetáculo excecional.

ZAP //

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