/

Novo estudo indica que comer em excesso não é a principal causa da obesidade

A obesidade afeta grande parte da população e já é considerada umas das maiores epidemias do século XXI. Contudo, a ideia de que quanto mais se come, mais propenso se está a ganhar peso pode ser errada. O segredo estará no tipo de alimentos que se ingere.

As estatísticas dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) mostram que a obesidade afeta mais de 40% dos adultos americanos, colocando-os em maior risco de doenças como AVC’s, diabetes e alguns tipo de cancro.

As diretrizes do United States Department of Agriculture (USDA) dizem que perder peso “exige que os adultos reduzam o número de calorias que obtêm com alimentos e bebidas e aumentem a quantidade gasta com a atividade física”.

Esta abordagem para controlo de peso é baseada no modelo de equilíbrio de energia, que afirma que o ganho de peso é causado pelo consumo de um valor de energia superior à que gastamos.

Contudo, os autores de um novo estudo publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, apontam algumas falhas fundamentais no modelo de balanço energético, argumentando que um modelo alternativo – o modelo de carboidrato-insulina – explica melhor a obesidade e o ganho de peso.

David Ludwig, principal autor do estudo, refere que o modelo de balanço energético não ajuda a entender as causas biológicas do ganho de peso.

O especialista indica que não é o excesso de comida que pode causar obesidade. Em vez disso, o modelo carboidrato-insulina atribui grande parte da culpa pela atual epidemia de obesidade aos padrões dietéticos modernos caracterizados pelo consumo excessivo de alimentos com alta carga glicémica, em particular, carboidratos processados ​​e de rápida digestão.

Esses alimentos causam respostas hormonais que alteram o nosso metabolismo, aumentando o armazenamento de gordura, ganho de peso e obesidade, escreve o Science Direct.

Quando comemos carboidratos altamente processados, o corpo aumenta a secreção de insulina e suprime a secreção de glucagon. Isso, por sua vez, sinaliza às células de gordura para armazenar mais calorias, deixando menos calorias disponíveis para alimentar os músculos e outros tecidos metabolicamente ativos.

O cérebro percebe que o corpo não está a receber energia suficiente, o que, por sua vez, leva à sensação de fome. Além disso, o metabolismo pode tornar-se mais lento na tentativa de conservar combustível no corpo. Assim, a pessoa permanece com fome, mesmo que continue a ingerir gorduras.

O estudo mostra que para se entender a obesidade é mais importante considerar os alimentos que são ingeridos e que afetam as nossas hormonas e metabolismo; do que propriamente a quantidade de alimentos que se comem.

Ao firmar a ideia de que todas as calorias são iguais para o corpo, o modelo de balanço energético põe de parte este ponto, considerado pelos autores do estudo, fundamental para o desenvolvimento da obesidade.

Ludwig afirma que “reduzir o consumo de carboidratos de rápida digestão que inundaram o suprimento de alimentos durante a era da dieta pobre em gorduras diminui o impulso subjacente para armazenar gordura corporal. Como resultado, as pessoas podem perder peso com menos fome e esforço”.

Os autores reconhecem que são necessárias mais pesquisas para testar de forma conclusiva ambos os modelos e, talvez, gerar novas teorias que se ajustem melhor às evidências.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.