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Com média de golos à moda antiga, primeira jornada do Mundial bate recorde

Rafael Ribeiro / CBF

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Se o Mundial é considerado a grande festa do futebol, quem está a acompanhar esta Copa no Brasil não tem do que se queixar no que toca ao número de golos e à imprevisibilidade dos resultados em campo.

A primeira jornada teve um total de 49 golos em 16 jogos, um recorde absoluto na história da competição, sendo que esta foi a quinta edição do torneio no formato de oito grupos e 32 seleções.

Além disso, desde 1962, a média de bolas na rede num Mundial nunca mais chegou a três por partida – e o patamar deste início de Mundial é de 3,06 golos por jogo.

Só nas seis primeiras edições, de 1930 a 1958, é que as médias foram todas mais altas – a maior sendo a de 1954, de 5,38 golos por jogo.

“Tem sido um começo fantástico de Copa do Mundo, com um alto nível e um futebol muito ofensivo. Há um bom número de equipas que podem ganhar este Mundial”, entusiasmou-se o experiente médio inglês Frank Lampard durante a preparação para a partida contra o Uruguai pela segunda jornada.

“Acho que estamos a ver jogos muito bons, com muitos golos. Isso torna o Mundial especial, porque queremos sempre ver equipas ofensivas e golos”, completou Michael Ballack, ex-jogador da seleção alemã.

Não bastasse a sensação de que o Mundial começou com jogos mais abertos e ofensivos em relação ao que vinha a acontecer, a comparação com o torneio anterior, na África do Sul, reforça ainda mais essa tese.

Se a competição de 2010 teve a segunda pior média de golos da história (2,29 por jogo, apenas melhor que na Itália, em 1990, com 2,21 golos por partida), o ritmo atual pode fazer com que o Mundial 2014 alcance o total de golos de 2010 (145) ainda na primeira fase.

Viradas e goleadas

Outro número que ilustra a intensidade ofensiva dos jogos é a quantidade de vitórias com virada do marcador. Já são seis no total. O Brasil, na abertura contra a Croácia, a Costa Rica, na principal surpresa até o momento ao bater o campeão mundial Uruguai, e a Suíça, com um incrível golo num contra-ataque no final do jogo frente ao Equador, são exemplos de seleções que saíram atrás no marcador, mas conseguiram conquistar os três pontos.

Até chegar ao jogo 64 no Maracanã, a 13 julho, o Mundial 2014 tem tempo suficiente para superar o recorde histórico de viradas em Mundiais: tanto em 1970 como em 2002, foram nove.

Entre os grandes jogos até agora, estão também duas goleadas a envolver equipas prestigiadas. A Alemanha, forte candidata ao título, derrubou por 4-0 a seleção portuguesa de Cristiano Ronaldo, eleito melhor jogador do mundo. Dois dias antes, a Holanda, vice-campeã, fez 5-1 na desforra contra a Espanha, que detém atualmente o 1º lugar do pódio do futebol.

Essa derrota espanhola também significa algo histórico para a competição, já que um campeão em título jamais tinha sofrido uma derrota tão grande.

Penalties

Ainda que ninguém se queixe do alto índice de golos marcados, a forma como alguns aconteceram tem gerado muito debate. Ao todo, foram seis penalties na primeira jornada, contra apenas um na Alemanha, em 2006, e também um na África, em 2010.

A incidência pode ser resultado de uma orientação do responsável pela arbitragem da FIFA, Massimo Busacca, que disse que a determinação aos juízes foi de marcar penalidade em caso de avançados agarrados na área.

Foi desta forma, inclusive, que o Brasil marcou contra a Croácia na estreia, quando Fred desabou no relvado, alegando ter sido puxado pelo rival. Na altura, o selecionador brasileiro, Luiz Felipe Scolari, disse ter visto penalty. “Não tem mais penalties para o Brasil. Vocês falaram tanto do Fred, e agora?”, questionou Felipão ontem, depois do Brasil 0 x 0 México, a reclamar de um lance parecido do lateral Marcelo.

Para abrir a segunda jornada com alguma polémica…

ZAP / BBC

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