Vários colégios do Grupo GPS estão a ser alvo de buscas da Polícia Judiciária. De acordo com a TVI, estão em causa crimes de corrupção, branqueamento e enriquecimento ilícito.
A TVI avança esta manhã que a sede do Grupo GPS, no Louriçal, está a ser “passada a pente fino” pelos investigadores da PJ, assim como colégios do grupo em Mafra e Caldas da Rainha.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) precisou, entretanto, que as diligências de busca decorrem em sociedades, estabelecimentos de ensino e domicílios, todas em referência com grupo privado que beneficia de contratos de associação com o Ministério da Educação. Segundo a PGDL, as diligências, num total de 24, estendem-se, geograficamente, por vários concelhos do país e envolve a participação de magistrados, inspetores e peritos financeiros e informáticos.
As buscas estão a ser realizadas no âmbito de um processo-crime aberto pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de (DIAP) Lisboa por alegada apropriação ilícita de verbas transferidas pelo Estado no âmbito dos contratos de associação.
A TVI afirmava que a investigação decorria há cerca de um ano, tendo início depois de uma reportagem emitida pela estação de televisão, mas de acordo com o ministério da Educação as primeiras auditorias aos colégios do grupo GPS foram solicitadas pelo secretário de Estado “ainda durante o verão de 2012”, antes de a TVI ter iniciado a emissão de reportagens em que se denunciam alegadas irregularidades no que diz respeito ao financiamento recebido do Estado.
O Grupo GPS é uma sociedade anónima constituída em 2003 a partir de um grupo de educação que já detinha sete escolas no Centro do país. Dos 26 colégios detidos pelo grupo, 14 são financiados pelo Estado português ao abrigo do ensino particular e cooperativo.
O grupo é presidido por António Calvete, deputado socialista de 1999 a 2002 pelo círculo de Leiria, que convidou para se juntarem a si José Canavarro e Paulo Pereira Coelho, secretários de Estado do Governo de Santana Lopes, e ex-diretores regionais de educação.
Grupo GPS garante “total colaboração”
O grupo GPS – educação e formação garantiu que “prestou e continuará a prestar total colaboração às entidades competentes”, alegando “segredo de justiça” para não dar informação adicional.
“O Grupo GPS confirma que foram efetuadas buscas pela Polícia Judiciária à sede do Grupo e a algumas entidades a ele ligadas. Mais informamos que o Grupo GPS prestou e continuará a prestar total colaboração às entidades competentes”, lê-se num comunicado enviado à agência Lusa.
O mesmo comunicado adianta que “sendo um processo em segredo de justiça, não é possível, neste momento, adiantar qualquer informação adicional”.
(notícia atualizada às 18h)
ZAP / Lusa