Cogumelos “zombie” matam insetos e emergem dos seus cadáveres. E ainda podem curar o cancro

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O cogumelo cordyceps a crescer numa formiga.

A descoberta pode abrir caminho para o desenvolvimento de toda uma nova série de tratamentos para curar o cancro.

O cogumelo cordyceps — conhecido pelos seus hábitos alimentares caricatos — pode ajudar a matar células cancerígenas, graças ao seu principal composto.

O cogumelo, que mata insetos e desenvolve-se depois a partir dos seus corpos, é bastante difícil de cultivar em condições laboratoriais. Até agora, os especialistas só têm conseguido cultivar o fungo em grãos como o arroz castanho.

No entanto, a concentração de cordycepin (o composto do cogumelo) cultivado em laboratório era muito mais baixa do que a encontrada em insetos na natureza.

No entanto, uma equipa da Coreia e do Egito descobriu como cultivar os fungos parasitas através da utilização de diferentes tipos de insetos como hospedeiros.

Os especialistas esperam que este novo processo de produção de cordycepin em laboratório seja mais eficaz e económico para a criação de tratamentos anti-cancerígenos à base do composto do cogumelo “zombie”.

Outros estudos descobriram que o cordycepin ajuda a matar ou bloquear o desenvolvimento de várias células cancerígenas diferentes, incluindo as da próstata, da leucemia e da mama.

Os autores do estudo também acreditam que o composto do cogumelo “zombie” possa ajudar a tratar a infeção por covid-19, segundo avança o The U.S. Sun.

O fungo cresceu melhor nos escaravelhos de rinoceronte japoneses, de acordo com os investigadores, que advertem também que o cultivo de cordyceps através deste método ainda não é possível à escala industrial, devido ao tipo de insetos utilizados.

No entanto, Mi Kyeong Lee, da Universidade Nacional de Chungbuk e principal autor do estudo, sublinha que “pode ser possível através da utilização de outros insetos, o que precisa de ser demonstrado por estudos adicionais”.

Os fungos cordyceps são excelentes a infetar e matar insetos. São conhecidos pela sua capacidade de transformar formigas em “zombies”, como relembra o novo estudo, publicado a 19 de outubro na National Library of Medicine.

O cogumelo consegue isto ao crescer através do corpo de uma formiga, assumindo lentamente todos os músculos dos insetos. Depois, obriga a formiga a trepar um caule de uma planta, e prender as suas mandíbulas na parte inferior de uma folha.

Com a formiga no lugar, o fungo envia um longo talo pela sua cabeça, o que resulta numa carga de esporos que chovem para baixo e atingem os companheiros de colónia da formiga, quando estes se deslocam em busca de alimento. É desta forma que o fungo infeta com sucesso toda uma colónia.

ZAP //

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