Convulsões são comuns em pessoas com epilepsia e outros tipos de doenças. Agora, os cientistas descobriram como é que os coentros ajudam a atrasá-las.
Os coentros têm uma ação a nível molecular que atrasa efetivamente as convulsões. Esta descoberta pode ajudar a desenvolver medicamentos melhores e mais eficazes no combate a este problema. Os resultados do estudo foram publicados no mês passado na revista científica FASEB Journal.
“Descobrimos que os coentros, que têm sido usados como um medicamento anticonvulsivo tradicional, ativa no cérebro uma classe de canais de potássio para reduzir a atividade convulsiva”, explicou Geoff Abbott, o responsável pelo estudo e professor de fisiologia e biofísica na Universidade da Califórnia, citado pelo Futurity.
O segredo está num componente dos coentros chamado dodecenal, um metabólito que é responsável pela capacidade da planta de eliminar diversos tipos de bactérias, como é o caso da salmonela. Além disso, os cientistas descobriram que este também se liga a uma parte específica dos canais de potássio e os abre, reduzindo a excitabilidade celular.
O dodecenal ativa canais responsáveis por regular a atividade elétrica no cérebro e no coração. Depois da análise dos investigadores, ficou evidente que o metabólito consegue atrasar certas convulsões quimicamente induzidas.
Usados comummente como tempero para comida, os coentros podem agora ganhar uma nova funcionalidade. Ou pelo menos a sua validação, já que ervas culinárias são usadas na medicina tradicional há milhares de anos, com evidências de ADN a datar o seu uso há pelo menos 48 mil anos.
Até o próprio rei Tutankhamon parece ter sido adepto desta erva, já que foi encontrada no seu túmulo. Especialistas acreditam que coentros já seriam cultivados, na altura, pelos antigos egípcios.
“Além das propriedades anticonvulsivas, já foram relatados efeitos anti-cancerígenos, anti-inflamatórios, antifúngicos, bactericidas, cardioprotetores, gástricos e analgésicos em coentros”, disse Abbott. “E a melhor parte é que tem um sabor incrível!“.