António Pedro Santos / LUSA

As autoridades espanholas investigam a causa de cinco mortes no país, nesta segunda-feira, que se pensa estarem relacionadas com o apagão na Península Ibérica.
Uma família de três pessoas com idades entre os 56 e os 81 anos foi encontrada morta hoje em casa numa localidade de Ourense, na Galiza (norte de Espanha), por alegada intoxicação com monóxido de carbono.
Segundo a autarquia local e a força policial Guarda Civil, está a ser investigada a possibilidade de a intoxicação ter sido provocada pela má combustão de um gerador de energia usado pela família durante o apagão.
As mesmas fontes disseram a vários meios de comunicação social espanhóis que o homem mais velho da família usava um respirador e que o gerador foi usado para alimentar este aparelho.
As vítimas são um casal e o filho e os cadáveres foram encontrados hoje em casa pelos bombeiros.
Num bairro de Madrid, morreu na segunda-feira à noite uma mulher de 52 anos num incêndio na casa onde vivia.
Segundo a Polícia Nacional de Espanha, as primeiras investigações indicam que o fogo, declarado por volta das 22h00 locais (21h00 em Lisboa), foi provocado por uma vela, num momento em que a eletricidade estava ainda a ser reposta em algumas zonas de Madrid.
Outras 13 pessoas receberam assistência médica por intoxicação com fumo no mesmo incêndio no bairro de Carabanchel de Madrid e várias foram resgatadas do edifício em chamas pelos bombeiros, disseram as autoridades locais.
Numa localidade de Valência, morreu uma mulher de 46 anos que dependia de uma máquina de oxigénio para respirar, num caso em que parece haver mais dúvidas por parte das autoridades quanto a uma possível ligação com o apagão.
Segundo as primeiras informações divulgadas pela polícia valenciana, a mulher morreu depois de, alegadamente, a máquina de que dependia ter ficado sem energia.
No entanto, fontes dos serviços de saúde locais revelaram que se tratava de uma pessoa com várias patologias e que só precisava de usar a máquina de oxigénio durante algumas horas do dia.
Segundo as mesmas fontes, os serviços médicos consideraram, no primeiro diagnóstico, que a mulher morreu por “causas naturais”.
A mulher foi encontrada morta hoje em casa pelos serviços de emergência, disse a Polícia Nacional à agência noticiosa espanhola EFE.
Perdas seguradas de 300 ME
No país vizinho, as perdas relacionadas com interrupções de negócios após o apagão desta segunda-feira podem levar a grandes indemnizações das seguradoras, que podem chegar a 300 milhões de euros.
Numa nota enviada hoje, a DBRS sinaliza que a falha de energia pode gerar um aumento nas reivindicações relacionadas com seguros residenciais, comerciais, de viagem e de interrupção de negócios.
“Embora seja difícil fornecer uma estimativa das perdas seguradas na situação atual, a nossa expectativa inicial é que as perdas seguradas variem entre 100 e 300 milhões de euros em Espanha e uma fração disso em Portugal“, aponta a agência de notação financeira.
Ainda assim, a DBRS aponta que “as perdas económicas totais serão várias vezes maiores que estas estimativas”.
No que diz respeito aos detentores de seguro de viagem, estes deverão ter “direito a alguma indemnização devido às grandes interrupções no transporte ferroviário e aos cancelamentos de voos, contudo, isso poderá ser amplamente atenuado devido ao lento retorno aos serviços normais no dia seguinte”.
Já a incidência de acidentes de carro “parece ser pequena”, nota a DBRS
ZAP // Lusa
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29 Abril, 2025 Cinco mortes em Espanha associadas ao apagão