A cimeira entre Vladimir Putin e Joe Biden chegou ao fim mais cedo do que se previa. Os presidentes optaram por conferências de imprensa em separado, e o primeiro a falar foi o Presidente russo.
Os Presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, terminaram os trabalhos da cimeira que decorreu em Genebra, anunciou a Casa Branca, encerrando a reunião mais cedo do que se previa.
Biden e Putin estiveram reunidos menos de três horas, primeiro numa sessão menor, com os dois presidentes e os chefes da diplomacia, e depois numa outra com a participação das delegações dos dois países e que demorou 1:05 minutos.
Os dois chefes de Estado, cuja reunião se previa demorar entre quatro e cinco horas, têm previsto realizar conferências de imprensa separadas antes de deixar Genebra.
O encontro foi “bastante construtivo” e “não houve qualquer animosidade”, sublinhou Putin numa conferência de imprensa realizada em Genebra, onde decorreu a cimeira entre ambos.
“Em muitas questões as nossas avaliações divergem, mas as duas partes mostraram o desejo de se entender e de procurar formas de reconciliar posições”, acrescentou.
Por outro lado, Putin indicou ter definido com Biden o regresso dos embaixadores dos dois países aos seus postos respetivos numa tentativa para diminuir as tensões bilaterais. Os dois embaixadores foram chamados aos seus países no início do ano.
“[Os embaixadores] vão voltar ao seu local de trabalho. Quando exatamente é uma questão puramente técnica”, declarou o Presidente russo na conferência de imprensa.
Putin adiantou também que os dois presidentes chegaram a um acordo para um diálogo em matéria de cibersegurança e revelou que a Rússia “forneceu informação exaustiva” sobre esta matéria aos Estados Unidos.
Já sobre a Ucrânia, o chefe de Estado russo disse que o assunto foi abordado de “passagem”. Segundo o Observador, ambos concordaram que a solução para o conflito na região do Donbass passa pelo cumprimento dos Acordos de Minsk, assinados em 2015, um ano após a anexação russa da Crimeia.
Em relação à entrada da Ucrânia na NATO, “não há nada para discutir”.
Quando questionado sobre Alexei Navalny, Vladimir Putin acusou-o de violar “deliberadamente” a lei. “Essa pessoa sabia que tinha violada a lei que existe na Rússia, e é um criminoso reincidente. Ele [Navalny] sabia muito bem que era procurado, mas mesmo assim voltou para a Rússia, porque deliberadamente queria ser preso”, vaticinou.
Quanto à repressão dos seus opositores em território russo, Putin passou ao ataque e falou na invasão do Capitólio – salientando que as pessoas tinham “exigências políticas” – e nas mortes de cidadãos americanos às mãos da polícia.
“Olhem para as ruas nas cidades americanas. Há pessoas a serem assassinadas lá. Podem levar com uma bala no pescoço. Quem é o assassino?”, questionou.
ZAP // Lusa