Fumar pode aumentar a sensibilidade ao stress, revela um estudo feito em cobaias pelo Centro Nacional para a Pesquisa Científica da França (CNRS) e publicado nesta terça-feira na revista “Molecular Psychiatry“.
Contrariando a ideia popular que diz que fumar tem um efeito relaxante e que a falta de nicotina produz stress, a exposição a esta substância viciante pode produzir o efeito inverso, afirmaram os autores da investigação em comunicado.
Os cientistas avaliaram os níveis de stress social em cobaias, situação que acontece quando “um destes animais é submetido a repetidas agressões dos dominantes”. Nessa circunstância, alguns camundongos bloquearam os receptores de nicotina, enquanto outros ativaram esses receptores.
A partir da avaliação do comportamento e dos parâmetros eletrofisiológicos cerebrais, os especialistas do CNRS estabeleceram que não aparecem sinais de stress social quando os receptores estão bloqueados e, no caso contrário, foram amplificados.
“Os especialistas também puderam constatar que uma cobaia exposta a uma só agressão apenas apresenta sinais de stress se tiver sido exposto previamente à nicotina”, indica o estudo.
Ainda que o trabalho tenha foco em como os receptores nicotínicos afetam o stress nos camundongos, o CNRS anunciou que os cientistas vão examinar se esta situação pode ser ampliada a todos os transtornos de estado emocional e se os resultados são aplicáveis a seres humanos.
ZAP // EFE