Cientistas resolvem mistério centenário do artrópode bizarro com 508 milhões de anos

Marianne Collins

Reconstrução do Helmetia expansa

Afinal, esta curiosa espécie tinha pernas, e crescia de forma diferente do que pensávamos. O que era a Helmetia expansa?

Descoberto em 1918 pelo paleontólogo Charles Doolittle Walcott, o artrópode cambriano Helmetia expansa manteve-se um mistério durante quase 100 anos. Até agora.

Uma equipa de cientistas publicou um estudo no Journal of Systematic Palaeontology onde descreve esta bizarra espécie, que afinal tinha um comportamento diferente do esperado.

A Helmetia expansa faz parte de um grupo raro de artrópodes primitivos conhecidos como concilitergans, que estão intimamente relacionados com os trilobitas. Ao contrário dos trilobitas, os concilitergans não possuíam exoesqueletos calcificados e duros, o que significa que os seus fósseis só se podiam formar em condições excecionais, explica a SciTechDaily.

“Precisamos de estudar mais do que um espécime para ver toda a gama de morfologia e preservação da espécie”, explica a investigadora Sarah Losso. A equipa investigou 36 espécies.

No holótipo, apenas as brânquias deste animal são visíveis, o que leva os investigadores a acreditar que a Helmetia não tinha pernas, e apenas nadava. Afinal, isso não é verdade — os investigadores descobriram brânquias largas e pernas para caminhar.

“Todos os artrópodes mudam seus exoesqueletos rígidos para crescer, mas ninguém tinha visto esse comportamento antes em um concilitergano porque é necessário capturar um espécime no ato da muda, e é difícil acertar o momento certo”, explica Losso.

Os investigadores também descobriram uma grande variedade de tamanhos corporais adultos à medida que a Helmetia crescia. “Esses padrões nos dizem não apenas como esses animais de 508 milhões de anos cresceram, mas também o tamanho que podiam atingir”, explica a autora.

ZAP //

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