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Cientistas dizem poder prever melhor as erupções dos vulcões islandeses

Kris Olin / Flickr

Depois do Eyjafjöll, também o Grimsvötn entrou em erupção

Depois do Eyjafjöll, também o Grimsvötn entrou em erupção

Uma equipa de cientistas revelou este fim de semana ser possível prever melhor as erupções de fumo e cinzas dos vulcões islandeses para evitar o caos nas viagens de avião, como aconteceu em 2010 e 2011 na Europa.

Em abril de 2010, mais de 100.000 voos comerciais foram anulados e oito milhões de passageiros ficaram impedidos de viajar devido às colunas de fumo e cinza libertadas pelo vulcão islandês Eyjafjöll, situado sob o glaciar Eyjafjallajökull.

Os riscos são enormes para a aviação porque as colunas de fumo e cinzas tiram a visibilidade, e podem também prejudicar os motores.

Este fenómeno natural provocou, em 2010, a maior paragem do espaço aéreo na Europa, em tempos de paz, e, um ano mais tarde, outro vulcão islandês, o Grimsvötn, provocou algumas centenas de cancelamentos de voos sobretudo na Escócia e na Alemanha.

O Grimsvötn, situado sob o glaciar Vatnajökull, no sudoeste da Islândia, é o vulcão mais ativo da ilha, mas as suas erupções são cada vez mais curtas.

A erupção de 21 a 28 de maio de 2011 foi a mais importante desde 1873, e as mais recentes remontam a 2004, 1998 e 1983.

DR Sigrun Hreinsdottir

A vulcanóloga islandesa Sigrun Hreinsdottir

A vulcanóloga islandesa Sigrun Hreinsdottir procura decifrar o segredo das entranhas dos vulcões

Uma equipa de cientistas, liderada pela vulcanóloga Sigrun Hreinsdottir, do Centro de Volcanologia nórdica (Universidade da Islândia), procurou decifrar o segredo das entranhas dos vulcões estudando os movimentos do solo à superfície durante a última erupção.

Com uma coluna espessa de cinzas projetada a 20 quilómetros de altura, o Grimsvötn deitou mais cinzas durante 24 horas do que o Eyjafjöll num mês, descreve a equipa num artigo publicado na revista Nature Geoscience.

Para medir as deformações no solo, os cientistas analisaram os dados de vários instrumentos posicionados nas rochas, e relacionaram a pressão com as erupções.

“Prever o surgimento de uma erupção, a sua duração e o seu volume, teria um valor inestimável para a segurança do transporte aéreo”, escrevem Paul Segall, da Universidade de Stanford, na California, e Kyle Anderson, do Observatório Vulcanológico do Havai num editorial publicado na mesma revista.

/Lusa

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