Depois do trigo, a ervilha. Oito equipas de cientistas internacionais decifraram o genoma (informação genética) da ervilha, numa investigação que abre perspetivas para a alimentação no planeta.
Para sequenciar a informação genética da ervilha, os cientistas tiveram de ordenar milhares de milhões de cortes de sequências de ADN, tal como explica o novo estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na revista científica Nature Genetics.
Justificando a complexidade da tarefa de descodificar o genoma da ervilha, nas suas variantes antigas e industriais modernas, os cientistas assinalam que há muitas pequenas sequências de ADN que se repetem.
Segundo a geneticista Judith Burstin, do Instituto Nacional de Investigação Agronómica de França, que participou na investigação, a sequência do genoma da ervilha vai potenciar a melhoria da variedade de leguminosas em grão.
A ervilha, o feijão e as lentilhas, leguminosas que começaram a ser cultivadas há cerca de dez mil anos na Mesopotâmia (região que corresponde ao território atual do Iraque, Koweit e Síria), resultam da adaptação da agricultura às alterações climáticas.
Têm a dupla particularidade de fixar o azoto da atmosfera no solo, e portanto enriquecer naturalmente a terra, e de serem ricas em proteínas, constituindo em parte uma alternativa à carne, cujo consumo tem mais impactos no aquecimento do planeta.
Foi 2000 que a comunidade científica conseguiu sequenciar pela primeira vez uma planta. Mais recentemente, em agosto de 2018, especialistas conseguiram sequenciar o genoma do trigo. Os detalhes da investigação foram publicados na revista Science.
ZAP // Lusa