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Cientistas descobrem os melhores materiais para fazer máscaras caseiras

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Mohamed Hossam / EPA

Uma equipa de cientistas do Laboratório Nacional de Argonne e da Universidade de Chicago (EUA) testou uma variedade de materiais, tentando apontar aqueles que são melhores para criar máscaras de proteção individuais caseiras.

Na prática, explica o portal Science Alert, os especialistas pegaram numa série de materiais e analisaram as suas propriedades de filtragem mecânica e eletrostática.

Várias camadas e tecidos misturados funcionam melhor no que respeita à filtragem de partículas, mas o ajuste inadequado da máscara pode deitar tudo a perder, concluíram os cientistas na nova instigação, cujos resultados foram publicados na revista ACS Nano.

“Realizado testes para vários tecidos comuns, incluindo algodão, seda, chiffon, flanela, vários sintéticos e as suas combinações (…) No geral, descobrimos que combinações de vários tecidos comummente utilizados em máscaras de pano podem oferecer uma proteção significativa contra a transmissão de partículas de aerossol”.

Recorrendo a um procedimento experimental, tal como representado na figura abaixo, os cientistas testaram a capacidade de várias partículas de diversos tamanhos – desde os dez nanómetros a 10 micrómetros – ultrapassarem barreiras de tecido – isto é, as máscaras, que tão importantes se tornaram no combate à pandemia causada pelo novo coronavírus, cujas partículas têm entre 80 a 120 nanómetros.

Konda et al., ACS Nano, 2020

Os cientistas concluíram que os tecidos “híbridos” – os que possuem múltiplas camadas de materiais – eram capazes de filtrar a maior parte das partículas testadas.

“A eficiência da filtragem dos tecidos hibrídios (como algodão-seda, algodão-chiffon, algodão-flanela) foi superior a 80% para partículas menores do que 300 nanómetros, e superior a 90% para partículas com dimensão superior a 300 nanómetros”, escreveram os cientistas.

“Especulamos que o desempenho aprimorado dos híbridos se deva, provavelmente, ao efeito combinado da filtragem mecânica e eletrostática”.

O mesmo portal de ciência explica as diferenças sintéticas entre os dois tipos de filtragem.

A filtragem mecânica, reflete a capacidade de um tecido capturar fisicamente as partículas. Os cientistas descobriram que, em tecidos como o algodão, a alta contagem de linhas funciona melhor – quanto menores os orifícios no tecido, menos partículas de grande dimensão podem escapar. Já a filtragem eletrostática diz respeito a um tipo de tecido, como o poliéster, capaz de manter os aerossóis no interior do seu ambiente estático.

A importância do ajuste

Os cientistas frisaram ainda que, além dos materiais utilizados na produção das máscaras, é igualmente importante – ou até mais – a forma como se coloca a máscara.

“As novas investigações também sugerem que as lacunas na máscara [causadas por um ajuste inadequado do material de proteção] podem resultar na redução em mais de 60% da capacidade de eficiência da filtragem”, explicaram.

Seja qual for o tecido ou a combinação de tecidos escolhidos para fazer máscaras de proteção, é fundamental que as pessoas a usem corretamente. Só através desta combinação – tecidos + utilização – é que se atingirá o máximo da eficiência.

A pandemia de covid-19 já matou mais de 200 mil pessoas e infetou quase três milhões em todo o mundo desde que surgiu em dezembro na China, segundo um balanço recente da AFP. De acordo com os dados da agência de notícias francesa, a partir de dados oficiais, foram registados 206.567 mortos e mais de 2.961.540 infetados em 193 países.

Pelo menos 809.400 foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde.

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, lideram em número de mortos e casos, com 54.877 e 965.933, respetivamente. Pelo menos 107.045 pessoas foram declaradas curadas.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 26.644 mortos para 197.675 casos, Espanha com 23.521 óbitos (209.465 casos), França com 22.856 mortos (162.100 casos) e Reino Unido com 20.732 óbitos (152.840 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou em dezembro, contabilizou 82.830 casos, incluindo 4.633 mortos e 77.474 curados.

Sara Silva Alves, ZAP //

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37 Comments

  1. Em vez de “cientistas descobrem”, o título seria mais honesto se fosse “cientistas analisam”. O primeiro leva a crer que algo novo foi “descoberto”, algo que não existia antes, mas não é disso que trata o texto. Click bait na minha opinião.

    • Caro leitor,
      Em vez de “mais honesto”, o seu comentário seria mais elegante com “mais correto” ou “mais preciso”. Pode-se cometer uma imprecisão sem se incorrer em desonestidade.
      Mas nem é esse sequer o caso aqui. O título está absolutamente correto.
      Os cientistas “analisam” enquanto estudam e não chegam a conclusões. Quando chegam a uma conclusão, “descobrem”. Podem descobrir algo cuja existência se desconhecia, ou, de entre um grupo de coisas que se conhece, pode-se descobrir qual ou quais as que têm uma determinada propriedade. Foi este o caso. Os cientistas analisaram, e tiraram conclusões – ou seja, descobriram os materiais que tinham determinadas propriedades.
      Para terminar, não é possível “descobrir algo novo que não existia antes”. Quando se descobre algo, é sempre uma coisa que já existia, mas cuja existência se desconhecia.
      “Algo novo que não existia antes” não se descobre. Inventa-se.

      • ZAP…Falar muito não é falar bem, você pode falar muito e não dizer nada, pra muitos você não falou nada, ninguém nem parou pra ler seu texto. A comunicação eficaz é aquela que atinge seu objetivo de maneira clara e precisa usando o mínimo de recurso possível.

          • Concordo plenamente com você Silvia, e com todas as informações SEGURAS repassadas pelo ZAP… quem não estiver satisfeito.. que ñ leia… Mas não venha criticar quem está fazendo um excelente serviço de utilidade pública… pois tem muita gente AINDA… que não está usando uma máscara adequada… fazendo com TNT de festa… achando que está se protegendo… A boa informação sempre é útil. Parabéns!!!

        • Eu li, concordo com a resposta do ZAP. Não é legal nem minimamente interessante falar por outrem. Fale por si, somente.

          Resposta espetacular e muito bem explicada. Basicamente desenhada.

        • Eu lí também. haha! Inclusive o seu comentário. Zap explicou de forma bem didática. Parabéns pelo conteúdo.

      • Parabéns pela matéria, pelo título que é muito convidativo, e pela interação aqui nos comentários, gostei da explicação quanto ao título.

      • Texto bem elucidativo e com conteúdo. Gostei da resposta ao comentário 🙂
        O problema de muita gente é mesmo não saber gramática ou Português.

      • Alguns comentários merecem respostas elegantes. A mensagem do texto está perfeita, nos esclareceu.
        Ao Wellerson seus comentários serão bem vindos quandocarregados de positividade, mais carinho amore, o mundo, neste momento precisa muito. Amamos você

      • Embora atrasado, bora dar meu retorno. Concordo que poderia ter usado “mais correto” ou “mais preciso” como sugerido. Desonesto é uma palavra carregada, mas infelizmente foi a primeira sensação que me causou, mas hoje usaria uma palavra mais amena. Não vou entrar no mérito das terminologias inventar, criar, descobrir e semelhantes, pois isso seria extenso e nada profícuo. Um ponto a observar que o slug da URL traz, pelo menos para mim, um título “mais adequado” (cientistas-apontam-os-melhores-materiais-mascaras-caseiras-321432).

  2. Grata pela informação sou do tempo que ter acesso a um jornal de papel era para pessoas de poder aquisitivo mais elevado e ter informação é como ter uma enciclopédia a meu dispor então considero dádiva mesmo tendo pouquíssimo estudo.

  3. Bem eu gostei das explicações a respeito dos tecidos que pode usar pra confeccionar máscaras eu já estava fazendo,agora vou caprichar mais ainda.

  4. Nao entendi bem no caso do poliéster que é uma fibra não natural, e seu resultado diante do aerossol!!!, os tecidos tergais, oxford ambos 100% poliéster SÃO indicados ou NÃO para confecção de máscaras.

  5. Sinceramente, muita coisa e não falaram qual tecido usar. Cansativo demais. Podiam escrever qual tecido devo comprar pra máscara, tecido híbrido não híbrido, até parece que a moça da loja de tecido saberá isso… forçou!!!

    • Cara leitora,
      Se tiver oportunidade de ler o texto, encontra a seguinte informação:
      Os cientistas concluíram que os tecidos “híbridos” – os que possuem múltiplas camadas de materiais – eram capazes de filtrar a maior parte das partículas testadas.
      “A eficiência da filtragem dos tecidos hibrídios (como algodão-seda, algodão-chiffon, algodão-flanela) foi superior a 80% para partículas menores do que 300 nanómetros, e superior a 90% para partículas com dimensão superior a 300 nanómetros”, escreveram os cientistas.

  6. Parabéns pela matéria, pelo título que é muito convidativo, e pela interação aqui nos comentários, gostei da explicação quanto ao título.

  7. Caro ZAP, sua resposta foi de uma elegância ímpar. Soube colocar este ser, dono do comentário desnecessário, no seu devido lugar.
    Sucesso a você e sua equipe!

  8. “A eficiência da filtragem dos tecidos hibrídios (como algodão-seda, algodão-chiffon, algodão-flanela) foi superior a 80% para partículas menores do que 300 nanómetros, e superior a 90% para partículas com dimensão superior a 300 nanómetros”, escreveram os cientistas.

    Isso significa que os tecidos de algodão puro, não são viáveis? Sendo assim qual o nome desses tecidos aqui no Brasil?

    • Cara leitora,
      Não se trata tanto de um dado tecido ser “inviável”, mas de ter maior ou menor capacidade de filtragem.
      Quanto aos nomes destes tecidos no Brasil, talvez os nossos leitores brasileiros a possam ajudam melhor do que o ZAP 🙂

      • Não precisa comprar. Basta juntar dois tecidos, por exemplo algodão de uma t shirt velha e o outro tecido, que vai servir de forro ser de cetim, por exemplo dum pijama velho. São duas camadas, dois ou mais tecidos costurados juntos.Excelente artigo ZAP, excelentes respostas, obrigada. Obs. Eu vou refazer as mascaras cá de casa, vou usar algodão e cetim, no meio deixo aberto e coloco toalha de papel de cozinha, tipo filtro.

  9. Observando os comentários, percebo que todos andam à flor da pele. A matéria é interessante e atinge o seu objetivo, que é prestar informação. Pontuar detalhes para desacreditá-la é desnecessário. Nesse momento, o que mais precisamos é evitar conflitos. O mundo precisa de paz. Os pormenores precisam ser deixados de lado.

  10. Concordo plenamente com vc, Erivaldo Alves de Oliveira. As pessoas não lêem a matéria completa, entendem apenas o que lhes convém. Gente, tecido híbrido é apenas um tecido misto, que não é um tipo de fibra apenas, tipo: puro algodão ou 100% algodão, ou pura seda. Ele é composto por um ou mais tipos de tecido.

  11. Sugiro mais tolerância e menos implicância.
    Ainda está por nascer quem sabe tudo.
    Quem com esta notícia não aprende nada, sempre pode ir ver novelas.

  12. Parabéns a equipe do “Zap”, consultei a fonte da matéria em Inglês no ScienceAlert, e o frasal verb utilizado era “figured out” que corresponde melhor ao nosso equivalente, “descobrir”. Simplesmente foram fiéis ao texto original.

  13. Bom , penso que o texto é de bom proveito ! Tive que ler e tornar a ler de novo para entender a visão dos cientistas , que ao meu entender foi baseado em estudos técnicos e quem der valor a vida vai se cuidar ! Que por mais que alguém nos ajude , ninguém pode cuidar de nós a não ser nós mesmos !

  14. Eu gostei da explicação, mas como nao entedo as explicações científica. E como estou fazendo máscaras para família, queria saber como coloco os tecidos.
    Se o tecido de algodão tem que ser a parte de inferior e a seda, chifon, seria a parte de fora .

  15. O texto é cristalino. Os tecidos são conhecidos por quem vende e por costureiras. São nomes usados no Brasil.

  16. Matéria muito interessante. Li diversas vezes até entender. Eu costuro e primeiro achei que tecido híbrido era um tecido usado em diversas camadas com composição mista, como: 70% algodão e 30% poliester. Mas ao reler, entendo quando diz : “A eficiência da filtragem dos tecidos hibrídios (como algodão-seda, algodão-chiffon, algodão-flanela) ” e entendendo que Chiffon e flanela não é uma composição, mas um tipo de tecido, cheguei a conclusão que se refere a uma camada de tecido de algodão, como tricoline ou popeline, e outra de seda ou que contenham poliester ou viscose. O importante é olhar se o tecido tem a trama bem fechada e sua composição. Espero ter contribuído.

  17. Parabéns ao ZAP, estou confeccionando algumas máscaras, uso apenas o 100% algodão, tenho vários tecidos de poliéster, porém, estava em dúvida quanto a eficácia deste tecido. Agora sei que não é apropriável. Muito agradecida pela matéria.

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