Cientista preso por incidente que aconteceu há 166 anos

Um cientista norte-americano de 70 anos está atualmente na prisão após cometer um crime relacionado com uma descoberta feita há mais de 150 anos.

Em 1857, o SS América Central, que recebeu a alcunha de “Navio de Ouro”, afundou ao largo da costa da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, devido a um furacão. Em 1988, o cientista e investigador Thomas ‘Tommy’ Gregory Thompson liderou uma equipa para tentar localizar o navio afundado e recuperar os seus tesouros.

O norte-americano conseguiu obter financiamento para a expedição, convencendo 171 pessoas e empresas a investir 12,7 milhões de dólares (cerca de 12 milhões de euros) para recuperar as dez toneladas de ouro que afundaram juntamente com o navio, relatou o The Columbus Dispatch, citado pelo Unilad.

Utilizando um robô submarino chamado Nemo e o navio “Descobridor do Ártico”, Thompson encontrou o naufrágio a 11 de setembro de 1988. No entanto, de acordo com o Tampa Bay Times, só recebeu de facto a autorização legal para a expedição em 2003 – embora não seja por isso que Thompson permanece na prisão.

Em 2000, Thompson vendeu a maior parte do ouro recuperado a um grupo que lhe pagou mais de 50 milhões de dólares (47 milhões de euros), sem dar qualquer valor aos investidores que financiaram a viagem. Após ser processado por alguns, fugiu em 2012 com a sua assistente e companheira Alison Antekeier.

O investigador não compareceu a uma das audiências do processo, pelo que foi emitido um mandado de desacato civil em agosto de 2012. Na primavera do ano seguinte, foi emitido um mandado de desacato criminal.

Thompson foi condenado a dois anos de prisão após ter-se declarado culpado por não comparecer na audiência de 2012, mas permanece preso por não divulgar onde se encontram o resto das moedas de ouro. Segundo os investidores, 500 continuam desaparecidas – e valem entre 2 e 4 milhões de dólares (1,9 e 3,8 milhões de euros).

Apesar de ter concordado em entregar as moedas em novembro de 2018, alegou mais tarde não ter acesso às mesmas.

Thompson está a incorrer numa multa diária de 1.000 dólares (940 euros) pelo seu silêncio – já deve mais de 2 milhões dólares (1,9 milhões de euros) -, permanecendo preso. Está atrás das grades há seis anos.

Em 2020, realizou-se uma audiência e Thompson – que afirma sofrer de perda de memória a curto prazo como resultado da síndrome de fadiga crónica – disse ao juiz: “Meritíssimo, não sei se já percorremos este caminho ou não, mas não sei o paradeiro do ouro. Sinto que não tenho as chaves da minha liberdade”.

ZAP //

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