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Cientista que criou primeiros bebés geneticamente manipulados está a ser investigado

A Universidade chinesa de Ciência e Tecnologia do Sul anunciou a abertura de uma investigação ao caso envolvendo um dos seus professores que revelou ter criado os primeiros bebés do mundo geneticamente manipulados.

Em comunicado, a Universidade, situada na cidade de Shenzhen, alega que não tinha conhecimento da experiência de He Jiankui, cientista que anunciou ter criado os primeiros bebés geneticamente manipulados e resistentes ao VIH.

A instituição garante que o cientista estava de licença desde Fevereiro passado. E sobre a experiência, cujos resultados não foram avaliados por pares nem publicados em revistas científicas, refere que constitui uma “grave violação da ética e dos padrões académicos”.

Num vídeo publicado no YouTube, o professor e investigador He Jiankui refere que a modificação genética feita em duas gémeas, no estado embrionário, visou torná-las resistentes a uma infecção futura do VIH/SIDA.

O cientista usou a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 para alterar embriões durante os tratamentos de fertilidade de sete casais, processo que resultou numa gravidez até agora.

He Jiankui desactivou o gene CCR5, que permite que o vírus que causa a SIDA entre numa célula. Existem maneiras simples de evitar que o VIH infecte descendentes que não envolvem a alteração de genes.

Todos os homens que participaram na experiência estavam infectados com o VIH, ao contrário das mulheres, e tiveram as suas infecções reprimidas por medicamentos padrão para o vírus.

O anúncio do investigador chinês foi criticado por cientistas.

Na China, a clonagem humana está proibida, mas a manipulação genética não. Em 2016, um grupo de cientistas chineses usou esta mesma técnica de edição genética no âmbito do tratamento de doentes com cancro do pulmão.

Investigadores no Reino Unido advertiram, num estudo publicado este ano pela revista científica Nature, que a ferramenta CRISPR/Cas9 pode causar danos nas células.

ZAP // Lusa

 

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