Uma pequena cidade ucraniana pode decidir o futuro da guerra com a Rússia

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A cidade de Voznesensk é um ponto estratégico de interesse para ambos os países. Nos últimos dias, as forças ucranianas resistiram aos avanços russos.

Voznesensk é uma pequena cidade, com cerca de 35 mil pessoas, no sul da Ucrânia. Recentemente foi palco de um confronto entre ucranianos e russos, que terminou com a inesperada vitória dos locais.

Em menor número, voluntários locais e militares repeliram os invasores, que fugiram, deixando para trás armamento e soldados mortos, retrata Yaroslav Trofimov, correspondente do The Wall Street Journal na Ucrânia.

Os 400 soldados russos de uma brigada de infantaria naval baseada na Crimeia planeavam bombardear a cidade e tomá-la em apenas algumas horas.

No entanto, a resistência ucraniana saiu por cima. A batalha durou dois dias e terminou com 100 soldados russos mortos, 30 dos 43 blindados destruídos e um helicóptero derrubado.

“Às vezes, gostaria de pôr estes corpos num avião e lançá-los todos em Moscovo, para que percebam o que está a acontecer aqui”, disse Mykhailo Sokurenko, o diretor funerário de Voznesensk.

“Não tínhamos um único tanque contra eles, apenas granadas, mísseis Javelin e a ajuda de artilharia”, disse Vadym Dombrovsky, comandante do grupo de reconhecimento das forças especiais ucranianas na área, em declarações ao jornal norte-americano.

“Os russos não esperavam que fôssemos tão fortes. Foi uma surpresa para eles. Se tivessem tomado Voznesensk, teriam isolado todo o sul da Ucrânia”, acrescentou.

De facto, a pequena cidade de Voznesensk é um ponto estratégico de interesse para os russos.

Caso as tropas de Vladimir Putin tivessem sido bem-sucedidas, não só cortariam as principais linhas de comunicação inimigas, como conquistariam uma porta de entrada para a central nuclear de Zaporizhzhia e caminho para atacar Odessa pelas costas.

Voznesenk oferece uma ponte alternativa sobre o rio Bug e acesso à estrada principal que liga Odessa ao resto da Ucrânia.

“Os russos receberam ordens para entrar, prender e aguardar mais instruções. Mas não tinham ordens sobre o que fazer em caso de derrota. Isso eles não planearam”, disse Dombrovsky.

Daniel Costa, ZAP //

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