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Cidade no Paquistão atinge temperatura “mais alta do que o corpo humano pode suportar”

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As temperaturas nesta cidade paquistanesa ultrapassam os 50 graus Celsius no auge do verão. Especialistas estimam que a situação pode piorar no futuro devido ao aquecimento global.

Na cidade de Jacobabad, no Paquistão, as ruas estão desertas e os moradores fazem o melhor que conseguem para enfrentar as temperaturas que podem chegar aos 52 graus Celsius, conta o jornal The Telegraph.

“Quando fica assim tanto calor, nem sequer conseguimos manter-nos em pé”, explica Zamir Alam, um destes residentes, ao jornal britânico.

“É um momento muito, muito difícil quando as temperaturas ultrapassam os 50ºC. As pessoas não saem de casa e as ruas estão desertas”, acrescenta Abdul Baqi, um comerciante.

Há muito que esta cidade paquistanesa na província de Sindh, na qual vivem 200 mil pessoas, é conhecida pelas suas temperaturas extremas. É a sua mistura entre calor e humidade que a tornam um dos dois únicos lugares no mundo que já ultrapassaram, oficialmente, uma temperatura mais alta do que a que o corpo humano pode aguentar.

Segundo o diário inglês, cientistas analisaram dados globais, no ano passado, e descobriram que Jacobabad e Ras al Khaimah, a nordeste do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, cruzaram temporariamente esse limite mortal.

Este marco foi ultrapassado décadas antes das previsões dos modelos de alterações climáticas e os investigadores temem que no futuro esta situação se agrave (e afete outras regiões como consequência do aquecimento global).

A equipa analisou aquilo a que chama de temperaturas de bulbo húmido, que são conseguidas ao medir o calor e a humidade com um termómetro coberto por um pano molhado.

Quando esta leitura chega aos 35 graus, os cientistas dizem que o corpo humano não consegue arrefecer mais através do suor, pelo que tal temperatura pode ser fatal em poucas horas, mesmo entre as pessoas mais saudáveis.

Jacobabad já cruzou este limite de bulbo húmido de 35 graus em julho de 1987, junho de 2005, junho de 2010 e julho de 2012.

E, tal como recorda o The Telegraph, apesar da cidade paquistanesa atravessar uma situação semelhante à da cidade dos Emirados Árabes Unidos, a verdade é que ambas têm realidades sócio-económicas muito díspares.

Nos Emirados Árabes Unidos, eletricidade e ar condicionado são coisas que não faltam, enquanto nesta cidade paquistanesa muitos têm de sobreviver com salários muito baixos e lidar com constantes falhas de energia.

“As pessoas sabem que o calor está a aumentar, mas são pessoas pobres. Não podem ir para outro lugar, não podem deixar as suas casas”, conta Zahid Hussain, outro local.

ZAP //

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