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Cidade nos EUA oferece dinheiro aos criminosos para acabar com a violência nas ruas

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freefotouk / Flickr

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A iniciativa começou na cidade americana de Richmond e tem tido resultados tão positivos que já há mais cidades a quererem aplicar o mesmo método.

Um valor monetário em troca da garantia que um determinado criminoso vai andar bem comportado. À primeira vista, a medida parece controversa mas, segundo a BBC, o programa que visa reduzir a violência e incentivar jovens criminosos a mudar de vida está a dar frutos em Richmond, na Califórnia.

Desde 2010 que a cidade adotou esta estratégia, batizada de “Operation Peacemaker”, estando a ser considerada um verdadeiro exemplo para outras cidades norte-americanas, que também pretendem seguir o mesmo caminho.

O projeto identifica potenciais criminosos, convidando-os então a entrar no programa. Em troca do “subsídio”, os participantes têm de se comprometer com uma série de objetivos como, por exemplo, arranjar emprego ou voltar a estudar.

O programa tem uma duração de 18 meses e um limite de idade até aos 30 anos. Depois dos primeiros seis meses e mediante o compromisso demonstrado, os participantes podem começar a receber uma quantia mensal que varia entre os 300 e os mil dólares.

“O pagamento não se baseia no facto de deixarem as armas de lado e antes nas conquistas relativamente às metas estabelecidas”, explica à emissora britânica DeVone Boggan, o responsável pelo projeto.

“Desde o início do programa que a taxa de homicídios caiu 75%“, afirma Boggan, tendo em conta que Richmond já foi considerada a sexta cidade mais violenta dos Estados Unidos.

Além das várias metas a atingir, outra condição imposta pela iniciativa é que os jovens se reúnam várias vezes por semana com os seus mentores, pessoas reabilitadas que também já tiveram um passado criminoso.

O programa conta ainda com uma equipa de psicólogos, especialistas em áreas como resolução de conflitos, abuso de substâncias ilegais e aconselhamento profissional.

Segundo Boggan, a iniciativa custa entre 800 mil e um milhão de dólares a cada 18 meses de programa. Os custos são cobertos pelo município ou por investidores privados.

“Nem todos concordam, mas os comandantes da polícia percebem a importância da nossa credibilidade entre os jovens criminosos”, destaca.

De acordo com o responsável, o que motiva os participantes a continuarem empenhados neste percurso nem é o dinheiro em si mas sim o relacionamento que vão estabelecendo com os mentores e a certeza de que estão a ser ouvidos.

Além das remunerações, os participantes têm ainda a oportunidade de ganhar viagens a outras cidades dos EUA ou até mesmo a outros países mas com uma única condição: fazer-se acompanhar de alguém com quem já tiveram um conflito.

“Assim têm a oportunidade de ver a outra pessoa em situações mais vulneráveis e acabam por perceber que até têm muito em comum”, diz Boggan.

ZAP / BBC

3 Comments

  1. Proponho um programa semelhante em Portugal:
    Vamos pagar aos políticos, para deixarem de roubar! Se ganharem mais do que agora, talvez não tenham a tentação de meter ao bolso o que não é deles e que nós todos pagamos.
    Poderiam também ganhar viagens ao parlamento, com outro politico com quem já tivessem tido conflitos. O seu mentor poderia ser um politico que já tivesse sido preso por corrupção, embora acho que esta parte poderia ser um problema, porque não haveria muitos mentores disponíveis…
    Ao contrário do que aconteceu em Richmond, é provável que a taxa de homicídios não seja alterada, mas a da corrupção pode vir a baixar e muito.
    Pegando na citação com que termina a noticia e adaptando-a à nossa realidade, poderia ficar assim:
    “Assim, poderão ter a oportunidade de ver outras pessoas, em situações bem mais difíceis ou vulneráveis e acabar por perceber que não têm nada em comum, a não ser o facto de as terem colocado nessa situação”
    Projecto de lei ao parlamento já!!!
    Para terminar, deixo um pouco de filosofia:
    “Há que não confundir um preso politico, com um politico preso”

    • Como normal o título da notícia está mal, e o comentário do Zé Nabo cai no mesmo erro.
      Segundo a notícia (disclaimer, não fui ler a original) “O projeto identifica potenciais criminosos (…)”. Ou seja, em Portugal, para resolver o problema não podiam simplesmente pegar nos políticos e olha toma lá para não roubares. Não! Tinham que ir às J’s e às AE’s fazer isso.. E pegar nos mentores para os ajudar, agora aí sim está a parte difícil…
      Aqui está mais uma prova que era nas AE’s que se devia começar: “Quando no início dos anos 80, António Costa perdeu democraticamente as eleições para a Associação Académica de Lisboa, mas recusou a derrota e se negou a entregar as instalações à lista vencedora, justificando a intervenção das autoridades, o caso poderia explicar-se num eventual excesso pós-adolescente.

      Read more: http://www.jn.pt/opiniao/nuno-melo/interior/reserva-mental-4835053.html#ixzz45p3QHSkW

  2. Aqui os bandidos gatunos ladrões, estão a ganhar bons subsídios sem fazer nada, mas os assaltos, os roubos a ladroagem continua na mesma, estão feitos com os governantes.

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