A cidade brasileira de Anamã, situada no rio Amazonas, já viu o cemitério mudar de lugar duas vezes e o hospital ficar submerso. Nesta cidade, grandes inundações acontecem em meados de dezembro e passa a viver-se sob água.
Com sistemas de esgoto inexistentes e a subida das águas, as fossas acabam por transbordar. As casas estão arquitetadas em função das cheias, que chegam a durar até ao mês de junho.
Devido ao clima quente e húmido os animais selvagens são uma constante. Aumentam as picadas de cobras e escorpiões e os jacarés que habitam no rio chegam a aparecer nos quintais para procurarem alimento.
O munícipio de Anamã decretou estado de calamidade este mês por causa da cheia do Rio Solimões. Completamente debaixo de água, a cidade de Baixo Solimões enfrenta a mesma situação pela sexta vez em 12 anos.
Até agora, 2.200 famílias foram atingidas na sede da cidade e em 30 comunidades rurais. Nas escolas, as aulas foram suspensas. São poucos mais de três mil alunos sem aulas na região.
O caos é tanto que foi necessário substituir o hospital. Uma embarcação irá substituir as atividades do hospital Francisco Sales de Moura, que está ilhado e prestes a alagar por causa da subida das águas do rio Solimões. A ação faz parte da ajuda humanitária organizada pelo governo, por meio da Defesa Civil do Estado, da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) e outros órgãos estaduais.
O secretário estadual de Saúde, Rodrigo Tobias, informou que o município está a receber reforço de medicamentos, principalmente soro e remédios para tratamento de doenças de veiculação hídrica, principalmente as diarreias. A Defesa Civil também está a equipa a unidade fluvial com caixas de água para o fornecimento de água potável à população.