TAP: Christine “nunca mais” vai trabalhar em empresas de topo

José Sena Goulão / Lusa

Antiga CEO tem 8 argumentos no processo contra a TAP. Exige receber 6 milhões de euros da companhia aérea.

Christine Ourmières-Widener foi despedida com justa causa da TAP e, por isso, nunca mais vai trabalhar numa empresa de topo.

A queixa é da própria empresária, antiga directora-executiva da empresa: “Jamais conseguirei voltar a ser uma gestora de topo em companhias aéreas de bandeira ou em companhias cotadas em bolsa, enquanto mantiver esta mancha (despedimento por justa causa) no seu currículo”.

A gestora sente-se “fortemente injustiçada, humilhada e destratada” e diz que a sua carreira “ficou destruída” depois de ter sido “achincalhada” pelo Governo português.

Esta alegação está no processo que Christine apresentou contra a TAP em Setembro, citado nesta quarta-feira no portal ECO.

O mesmo documento deixa um exemplo da mudança profissional: quando foi despedida da TAP em Março, o Governo do Reino Unido forçou logo a francesa a deixar de ser administradora não executiva do instituto nacional de meteorologia local.

E, alega, também há consequências a nível pessoal: “graves perturbações de sono, cansaço e dificuldades de relacionamento familiar e social, desgosto inarrável e rebaixada na dignidade”.

Os argumentos e os 6 milhões

Neste processo contra a TAP, a antiga CEO reforça que não há justa causa para a sua demissão e repete: saiu por motivos “meramente políticos”.

A gestora tem oito argumentos centrais contra a companhia aérea, elenca também o ECO.

Alega que a TAP ignorou “propositadamente” a intervenção do Ministério das Infraestruturas e Habitação ao longo de todo o processo, “o que é absolutamente escandaloso”.

Lembra que a Inspecção-Geral de Finanças recomendava avaliação dos administradores, não a demissão.

Entre outros motivos, queixa-se de falta de fundamentação na alegada “gravidade da ilegalidade” e descreve a demissão como “mera conveniência”.

E também recorda que o Governo a manteve em funções.

Entre salários, prémios, subsídios e reparos por danos reputacionais, Christine Ourmières-Widener está a pedir uma indemnização de praticamente 6 milhões de euros pela forma como foi despedida da TAP.

ZAP //

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