China encontra traços do coronavírus em asas de frango importadas do Brasil

Traços do novo coronavírus foram encontrados em asas de frango importadas do Brasil, na cidade de Shenzhen, no sul da China, noticiou, esta quinta-feira, um jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC).

Os traços foram detetados na superfície de uma amostra, após a realização de testes de ácido nucleico, indicou o jornal Global Times, que citou o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong.

Todo o pessoal das alfândegas que entrou em contacto com as asas de frango oriundas do Brasil foi submetido a testes, que deram negativo, acrescentou o jornal.

Os lotes do produto contaminado que tinham sido já comercializados foram, entretanto, encontrados e confiscados pelas autoridades.

Esta semana, as autoridades chinesas disseram terem encontrado traços do novo coronavírus na superfície de outros produtos importados congelados, incluindo camarões oriundos do Equador, na província de Anhui, no leste da China.

A Comissão de Saúde de Shenzhen recomendou aos consumidores que sejam cautelosos, ao comprarem carnes e frutos do mar importados, e tomem “precauções, para reduzirem o risco de infeção”.

A 10 de julho, Pequim suspendeu as importações de camarão branco congelado de três empresas do Equador, depois de ter encontrado vestígios do vírus nas embalagens, informou a Administração Geral das Alfândegas do país.

A China é o principal destino das exportações brasileiras, representando mais de 27% das vendas do Brasil ao exterior, uma fatia mais de duas vezes superior à do segundo maior mercado, os Estados Unidos.

Em 2019, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 114,46 mil milhões de dólares (cerca de 104 mil milhões de euros), mais 3,49% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China publicados no site do Fórum Macau.

Em 2019, Brasília exportou para Pequim produtos no valor de 79 mil milhões de dólares (cerca de 72 mil milhões de euros), mais 2,76% do que nos meses de janeiro a dezembro de 2018, com o Brasil a adquirir à China bens no valor de 35,47 mil milhões de dólares (cerca de 32 mil milhões de euros), uma diminuição de 5,18%.

A China registou, nas últimas 24 horas, 19 casos de covid-19, na maioria procedentes do exterior, anunciou a Comissão de Saúde do país. Entre os casos diagnosticados, oito são de contágio local, todos eles na província de Xinjiang, no extremo noroeste da China, onde foi detetado um surto há cerca de um mês, acrescentou.

O número de infeções ativas na China continental é de 724, incluindo 41 doentes em estado grave. A Comissão não anunciou novas mortes, mantendo-se o total desde o início da pandemia em 4634, entre as 84.756 pessoas infetadas.

O Brasil, por sua vez, registou 1175 mortos e 55.155 infetados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, estando ainda sob investigação a eventual relação de 3454 óbitos com a covid-19, informou o Executivo.

No total, o país sul-americano contabiliza 104.201 óbitos e 3.164.785 casos confirmados desde o início da pandemia.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 743 mil mortos e infetou mais de 20,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.