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China Three Gorges critica legislação portuguesa

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Buster&Bubby / Flickr

Barragem da China Three Gorges, a chinesa que entrou no capital da EDP

O vice presidente da China Three Gorges (CTG) International, Wu Shengliang, diz que as leis em Portugal são “antigas” e “desajustadas” e que só aumentam participação na EDP se Portugal mudar a legislação. 

Em entrevista à agência Lusa, o vice-presidente executivo da CTG International recusou um reforço da participação na EDP, numa decisão que admitiu estar relacionada com a blindagem dos estatutos, que limita os direitos de voto a 20%, mesmo que a participação acionista seja maior.

“Esta é uma questão à qual prestamos especial atenção”, disse, observando que “muitas leis em Portugal são já antigas e desajustadas face ao funcionamento atual do mercado” e constituem um “obstáculo para os investidores”.

Questionado sobre a possibilidade da sua empresa vir a comprar ou vender ações da elétrica portuguesa, visto que o período de bloqueio terminou no mês passado, Wu negou ambas as hipóteses.

“Somos diferentes dos outros acionistas; temos uma visão a longo prazo e o interesse é mais estratégico do que financeiro”, justificou.

O vice-presidente executivo da China Three Gorges negou ainda a existência de uma concertação entre a CTG e a CNIC, a outra acionista da EDP (participação de 3,02%), detida na totalidade do capital pela República Popular da China.

Segundo explicou, a CNIC pertence à Administração Estatal das Reservas Externas (SAFE, na sigla em inglês), um braço financeiro do Estado chinês.

Já a Three Gorges é diretamente tutelada pelo Governo central chinês, através de um organismo conhecido como SASAC (State-owned Assets Supervision and Administration Commission).

“A CNIC não tem nada que ver connosco”, frisou Wu. “Trata-se de um “investidor puro“, focado na “gestão financeira”, enquanto “nós fazemos investimento industrial“, disse.

Ainda assim, na estrutura acionista da EDP é aclarado que a alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários obriga à agregação das duas participações, tornado imputável à República Popular da China 24,37% dos direitos de voto.

Para Wu, a decisão gera dúvidas: “Se, no futuro, a soma da participação de ambas as empresas ultrapassar os 25%, quem é que assume a responsabilidade?”, questiona.

“A China tem centenas de milhares de empresas, e ninguém tem obrigação de nos comunicar sobre os seus planos”, explica. “Caso esta questão não seja resolvida, a CTG vai pensar duas vezes antes de continuar a investir ou comprar mais ações da EDP”, concluiu.

Balanço positivo do investimento na EDP

Apesar de excluir um reforço da participação na elétrica portuguesa, o vice-presidente executivo da China Three Gorges International, afirma que as expectativas que a sua empresa tinha quando investiu na EDP “foram cumpridas”.

“Consideramos, sobretudo, as metas estratégicas e, nesse aspeto, estamos satisfeitos”, disse Wu à agência Lusa em Pequim, enaltecendo o contributo da EDP para a internacionalização da estatal chinesa.

Em 2012, na sequência de um concurso internacional, a CTG pagou ao Estado português 2.700 milhões de euros por uma participação de 21,35% no capital da EDP, num dos maiores investimentos chineses na Europa.

“Hoje, a CTG é a segunda maior geradora de energia com capital privado no Brasil (…) temos projetos conjuntos com a EDP em Inglaterra e França, e presença em Itália, Polónia e Portugal”, afirmou Wu.

Por outro lado, o gestor chinês lembrou que a entrada da CGT permitiu à elétrica portuguesa financiar-se junto do Banco de Desenvolvimento da China, uma instituição financeira do Governo chinês, “num período em que os mercados se fecharam ao sul da Europa”.

“Foi só após um primeiro empréstimo de mil milhões de euros que a EDP conseguiu voltar aos mercados”, lembrou.

Wu Shengliang, 45 anos, formado em engenharia hidráulica e mestre em Economia e Gestão, é também membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP e diretor-adjunto do Departamento de Planeamento Estratégico da CTG.

ZAP / Lusa

6 Comments

  1. Estes que vieram para afundar Portugal trazendo produtos manufacturados a preços de banana e sem serem taxados com os altos impostos que o patronato em Portugal suporta com muito custo, ainda vem reclamar das leis de Portugal? Deveria mesmo mudar a lei em Portugal, a começar, por cobrar os impostos deste povo que vem para usurpar os cofres portugueses! lollllll

  2. Eles dizem e muito bem:
    – “Somos diferentes dos outros acionistas; temos uma visão a longo prazo e o interesse é mais estratégico do que financeiro”,
    Pois, pois, interesses estratégicos, coisa que em Portugal não se acautelou, vendendo tudo o que eram empresas estratégicas. Mas é era a visão dos nossos “conceituados políticos”.
    … à pois, mas se foi para pagar a divida… foi essa a estratégia…. e assim, foram-se os anéis, foram-se os dedos e o orgulho lusitano… e depois sempre há um politico ou outro que foram ficando com alguns lugares de “relevo” (?) nas empresas estratégicas, vendidas a preço de saldo..

  3. Se os chinocas se queixam é porque a legislação deve estar bem!!
    Eles por lá não se dão nada bem com a liberdade e a democracia e fazem as regras conforme as suas necessidades…

    • Ora é isso mesmo! Eu não poderia dizer melhor. Parabéns “Ele”.
      De qualquer forma, acho curioso que “eles” digam que as nossas leis são “antigas e desajustadas”… Eles lá devem saber do que falam…

  4. So espero que Portugal não aceite as leis da China Three Gorges (CTG) que são. Escravatura, corrupção, branqueamento de capital. Tratam o seu próprio povo chineses como escravos, que mesmo a trabalharem 100 horas por semana não chega para sustentar a família. Em ambientes desumanos. Vemos a maneira como se estão a integrar no nosso país, e penso que nos portugueses não fazemos uma mínima ideia o que vão fazer aos nossos filhos. Já estão em Portugal a obrigar os portugueses a pagar 500% mais do que deviam pagar por eletricidade e gás. Será que alguém tem a coragem de salvar o futuro dos nossos para que nunca caiam nas mãos dos chinêses.

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