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China tem a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo: 10.463 km

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A rede ferroviária chinesa de alta velocidade atingiu os 10.463 quilómetros em 2013, confirmando a China no primeiro lugar mundial do sector, muito à frente do Japão e da França, países pioneiros nesta tecnologia.

Mais de um quinto daquela extensão diz respeito à linha Pequim-Cantão, a mais longa do mundo, com 2.298 quilómetros, inaugurada há um ano.

A viagem demora apenas oito horas, quase um terço menos do que o mais rápido dos comboios que ligam habitualmente aquelas duas cidades.

Os comboios, com dezasseis carruagens e capacidade para transportar cerca de mil passageiros, foram concebidos para circular a 350 kms/hora, mas em média não ultrapassam os 300 kms/hora.

O preço dos bilhetes também é “alto”: o mais barato custa 862 yuan (100 euros), cerca de menos 200 yuan (25 euros) menos do que um bilhete de avião, que percorre a mesma distância em três horas e dez minutos.

Em “executiva”, a mais cara das três classes do comboio, o preço sobe para 2.724 yuan (340 euros) – quase o dobro do salário mínimo mensal em Pequim.

Construída em sete anos, a linha Pequim-Cantão atravessa os dois maiores rios da China, o Amarelo e o Yangze, e cinco das mais populosas províncias do país (Shijiazhuang, Henan, Hubei, Hunan e Guangdong), que no conjunto têm cerca de 400 milhões de habitantes.

Em 2015, a linha deverá chegar a Hong Kong, cerca de 150 quilómetros a sul de Cantão.

Quando o Japão lançou o seu “comboio-bala“, em 1964, a China era um país pobre e isolado, que vivia num estado de revolução permanente, empenhada em “aprofundar a luta de classes”.

A primeira linha chinesa de alta velocidade – um troço de 117 quilómetros entre Pequim e Tianjin – começou a funcionar em 2008, 28 anos depois do nascimento do TGV francês.

Mas em menos de uma década, a rede chinesa de alta velocidade cresceu mais do que a de todos os outros países juntos, incluindo a Espanha, que já ultrapassou a França, com 3.100 quilómetros.

A inauguração da linha Pequim-Cantão, no dia 26 de Dezembro de 2012, coincidiu com o aniversário de Mao Zedong (1893-1976), fundador do Partido Comunista Chinês e da Republica Popular da China.

Outra linha emblemática – Pequim-Xangai – abriu na véspera do 90.º aniversário da fundação do PCC, em 2011, mostrando que o significado do empreendimento “vai muito além do próprio comboio”, como assinalou na altura o Diário do Povo, órgão central do partido.

Durante a última dinastia imperial (1644-1911), o governo chinês começou por se opor ao caminho-de-ferro e só em 1881 autorizou a construção da primeira via-férrea.

O acelerado desenvolvimento da rede chinesa de alta velocidade ficou também marcado por um grave acidente, que matou 40 pessoas, no verão de 2011, e o colossal orçamento do Ministério dos Caminhos-de-ferro foi uma fonte de corrupção.

Em Julho passado, um ex-ministro do sector e antigo membro do Comité Central do PCC, Liu Zhijun, foi condenado à morte com pena suspensa por dois anos, por ter aceitado subornos no valor de 64,6 milhões de yuan (7,8 milhões de euros).

/Lusa

1 Comment

  1. Quando vemos estas e outra notícia, tendo em conta as críticas feitas no ocidente, ao longo de muitos anos, sobre o regime político que governa a China, só alguém com um déficite intelectuam é que não reconhece que apesar do regime, a China tem nos últimos anos um progresso extraordinário, não só pela capacidade do seu povo e governantes mas pambém porque, os capitalistas ocidentais deslocalizaram grandes industrias para a China em busca de máo de obra barata. A Europa, e os eurocratas, de mão dada com o capitalismo selvajem que está a destruir a vida dos europeus, estão a atraiçoar o projecto e acivilizaçãp europeia.

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