Esta quinta-feira, uma porta-voz do Departamento de Estado norte-americano descreveu a China como um “regime de rufias”, depois da divulgação de fotografias e detalhes pessoais de uma diplomata dos Estados Unidos que se reuniu com líderes estudantis do movimento pró-democracia em Hong Kong.
O jornal Ta Kung Pao publicou a fotografia de uma diplomata norte-americana, que identificou como Julie Eadeh, a conversar com líderes estudantis na entrada de um hotel de luxo. A fotografia aparecia debaixo da manchete “Forças Estrangeiras Intervêm”.
Na sequência desta situação, o gabinete do Ministério chinês das Relações Exteriores em Hong Kong pediu explicações a Washington sobre os contactos de diplomatas norte-americanos com líderes dos protestos.
“Divulgar informações privadas de uma diplomata americana, fotografias e os nomes dos seus filhos não é um protesto formal. É o que um regime de rufias faria“, disse, citada pela Reuters, Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado. “Não é dessa forma que uma nação responsável se comporta.”
A responsável não adiantou o nome da diplomara nem detalhes sobre o tipo de informações privadas reveladas. O canal de televisão estatal CCTV apelidou a diplomata de “mão oculta nos bastidores a criar o caos em Hong Kong”, uma expressão que já fora usada contra os líderes dos protestos antigovernamentais que viriam a precipitar o massacre de Tiananmen em 1989.
Segundo o Expresso, Pequim acusa potências estrangeiras, sobretudo os Estados Unidos, de fomentarem as manifestações em Hong Kong. No início, os protestos opunham-se a um projeto de lei que permitiria a extradição de suspeitos para a China continental, mas rapidamente evoluíram para uma contestação mais ampla aos líderes da antiga colónia britânica e aos seus mestres políticos em Pequim.
A porta-voz do Departamento de Estado lembrou, contudo, que o trabalho dos diplomatas dos Estados Unidos e de outros países é encontrarem-se com pessoas diferentes, incluindo líderes da oposição.