A China vai eliminar a interdição do comércio de produtos derivados de partes de tigres e rinocerontes, sob “circunstâncias especiais”, segundo o governo chinês.
Num comunicado divulgado na segunda-feira, o governo não menciona nenhuma alteração na lei que proíbe o comércio há 25 anos, mas refere que vai “controlar” a venda e a compra.
Segundo disse o porta-voz da Chancelaria chinesa, Lu Kang, em conferência de imprensa, o Conselho de Estado decidiu levantar a proibição do uso desses produtos ao considerar que as regulações anteriores não tinham “em plena consideração” alguns aspectos científicos e legais, sem detalhar quais.
“Sob circunstâncias especiais, a regulação da venda e uso destes produtos vai ser reforçada, e qualquer ação relacionada vai ser autorizada. O volume do comércio vai ser rigorosamente controlado”, lê-se na nota.
O novo regulamento limita a procedência dos produtos utilizados de modo a que o chifre de rinoceronte só possa ser obtido de rinocerontes criados em cativeiro, enquanto os ossos de tigre apenas podem ser conseguidos dos que faleceram de morte natural.
A decisão de Pequim já têm críticos, como o caso do Fundo Mundial para a Natureza, que considerou que esta permissão vai ter “consequências devastadoras a nível global”, uma vez que vai deixar que caçadores furtivos e contrabandistas se ocultem por trás do comércio legal.
“Com a população de tigres selvagens e rinocerontes num nível tão baixo e sob várias ameaças, a legalização do comércio de partes do corpo é simplesmente um risco demasiado grande”, reagiu Margaret Kinnaird, diretora do Fundo. “A decisão parece contradizer a liderança que a China tem assumido, recentemente, no combate ao comércio ilegal de espécies selvagens”, afirmou.
Rachel Nuwer, autora do livro Poached: Inside The Dark World of Wildlife Trafficking, disse no Twitter que isto poderia significar “game over” para os restantes tigres e rinocerontes no mundo.
Ossos de tigre e chifres de rinoceronte são usados na medicina tradicional chinesa, apesar da falta de evidências de eficácia no tratamento de doenças e do impacto na vida selvagem.
Segundo a nova legislação, estas partes podem ser usadas para tratamentos médicos da febre, insónia e meningite, sendo prescritos por médicos certificados pela Administração Estatal de Medicina Tradicional Chinesa.
A China proibiu o uso e comércio do osso de tigre e chifre de rinoceronte em 1993, depois de aderir à Convenção sobre o comércio internacional de espécies em perigo de extinção, que inclui mais de 170 países.
Nesse ano, eliminou o osso de tigre e o corno de rinoceronte da farmacopeia da medicina tradicional chinesa. Já no início deste ano, Pequim baniu o comércio e transformação de marfim de elefante, que deu lugar ao marfim do mamute.
Olhe, a China precisa mesmo destes produtos para fazer telemóveis e Iphones. Também precisa do dinheiro para os Chineses poderem comprar casas em Portugal e assim obterem as Visas Gold . . .
E afinal, se o planeta Terra está irremediavelmente desamparado, qual a diferença de alguns espécies de mamíferos sobreviver a extinção durante 10 ou 20 anos?