A China vai enviar uma sonda ao asteroide 469219 Kamoʻoalewa, um quase satélite da Terra. A missão, designada Tianwen-2, deverá chegar ao asteroide no verão de 2026 e segue-se ao sucesso da Tianwen-1, que se tornou a primeira nave espacial chinesa a aterrar em Marte em 2021.
A Tianwen-2 é a primeira missão chinesa com o objetivo de recolher amostras de asteroides. Segundo a Ars Technica, os cientistas chineses acreditam que estas amostras contêm pistas sobre os primórdios e a evolução do sistema solar.
A China tem dois objetivos com a Tianwen-2.
Primeiro, a Tianwen-2 irá voar até um asteroide próximo da Terra designado 469219 Kamoʻoalewa, ou 2016 HO3, uma misteriosa rocha em órbita da Terra há 100 anos, que pode ser um pedaço da Lua.
Uma vez em contacto com corpo celeste, a nave espacial irá recolher uma amostra de rochas da superfície do asteroide. No final de 2027, a sonda trará de volta a Terra o material recolhido, que mais tarde vai ser analisado em laboratório.
Depois de libertar na atmosfera o seu coletor de amostras (que irá aterrar na Terra e será recolhido pelos cientistas), a nave irá mudar o seu caminho em direção ao seu segundo objetivo.
A segunda viagem da sonda espacial tem destino a um misterioso objeto semelhante a um cometa (denominado “311P“) que se encontra entre as órbitas de Marte e Júpiter.
A China tem atualmente o que é considerado o melhor programa lunar, graças aos seus feitos na Lua, durante o século XXI. O país asiático não vai fazer algo inédito, uma vez que a recolha de amostras de asteroides já tinha sido algo alcançado por missões japonesas e norte-americanas.
Em declarações à AFP, Chen Lan, especialista no programa espacial chinês, diz que esta missão marca tecnologicamente “um passo importante no progresso da China para alcançar o Japão, os Estados Unidos e a Europa no campo da exploração do espaço, para além da Lua”.
A China, que está a investir milhares de milhões de euros no seu programa espacial, enviou nos últimos anos várias sondas para recolher amostras do solo lunar, incluindo uma sonda enviada em 2024 ao lado oculto da Lua, missão na qual foi pioneira.
Graças à missão Tianwen-1 em 2021, a China tornou-se o segundo país a conseguir uma aterragem suave em Marte. Depois da Tianwen-2, o projeto chinês já está a preparar uma nova ida a Marte com a missão Tianwen-3, cujo lançamento está previsto para 2028.
Tianwen, que significa “perguntas ao céu”, é o nome dado ao programa chinês de exploração robótica do Sistema Solar. A Tianwen-3 poderá tornar-se a primeira missão a devolver à Terra amostras de Marte.
O último projeto que a China tem planeado é a missão Tianwen-4, por volta de 2029, que tem como objetivo viajar até Júpiter e entrar em órbita de Calisto, uma das suas quatro maiores luas.