China está a construir uma “Grande Muralha Solar” para abastecer cidades

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Michala Garrison / NASA Earth Observatory / US Geological Survey

O projeto é visível do Espaço e terá uma capacidade máxima de geração de 100 gigawatts quando for concluído.

No Deserto de Kubuqi, a China trabalha na construção de uma nova obra faraónica que promete entrar para a história, a Grande Muralha Solar, com milhares de painéis solares fotovoltaicos. A obra que deve redefinir o potencial das energias renováveis deve ser concluída em 2030.

A escolha do nome da Grande Muralha Solar, que irá fornecer energia para importantes cidades do país asiático, é uma referência direta à Grande Muralha da China, construída há mais de 2000 anos. As duas obras da engenharia chinesa podem ser vistas do Espaço, como revelam novas imagens de satélite divulgadas pela NASA neste mês de dezembro.

Enquanto que o objetivo da primeira muralha era fornecer proteção, a da nova muralha é aumentar a autonomia energética, turbinando o fornecimento em Pequim. Isso porque, quando a construção for concluída, a capacidade máxima de geração será de 100 gigawatts. No momento, são gerados 5,4 gigawatts, segundo as autoridades chinesas.

Grande Muralha Solar da China

O local escolhido para a construção da Grande Muralha Solar da China é o Deserto de Kubuqi, considerado um dos maiores da região, localizado na Mongólia Interior. Antes do projeto, o local já foi apelidado de mar da morte.

Por lá, as dunas de areia são gradualmente substituídas pelos equipamentos que permitirão a geração de energia elétrica através da radiação solar. As primeiras imagens da muralha já podem ser vistas do Espaço, como mostram as fotos dos satélites Landsat 8 e 9.

Agora, veja como era o local em dezembro de 2017, antes de qualquer intervenção:

Quando for concluída, a central solar chinesa terá 400 km de comprimento e 5 km de largura, o que tornará a sua contemplação espacial ainda mais surpreendente. E a sua potência poderá fortalecer a liderança da China na geração deste tipo de energia renovável.

Mais que fornecer energia à China

Para além da fonte renovável de energia elétrica, os engenheiros chineses aguardam outros impactos associados à obra monumental no campo da ecologia e da sustentabilidade.

Com a instalação das placas solares, a expectativa é que a erosão do solo diminua e, consequentemente, seja reduzida o depósito de sedimentos no rio Amarelo, também conhecido como Huang He, que é o segundo mais longo rio da China

Outro ponto importante é que os painéis elevados criam sombra no solo, capaz de retardar a evaporação e pode facilitar o cultivo de gramíneas e de outras culturas. Inclusive, análises anteriores sugeriram que as centrais solares possibilitaram o esverdeamento de desertos noutras partes da China nos últimos anos.

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1 Comment

  1. É por essas e por outras que o perigo da China foi inventado!…

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