Chicão também voltou: atirou farpas à direita e diz que a solução é ao centro (com o PS)

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Paulo Novais / Lusa

O antigo presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos

Francisco Rodrigues dos Santos regressou à esfera pública, após dois anos em silêncio. O antigo líder do CDS-PP criticou a “subalternização” do seu partido na Aliança Democrática (AD) e sugeriu que as soluções se encontram ao centro.

Prestes a fazer dois ano que perdeu a liderança do CDS-PP, para Nuno Melo, a 3 de abril de 2022, Francisco Rodrigues dos Santos quebrou o voto de silêncio.

Em entrevista à CNN Portugal, o antigo líder político criticou a “subalternização” do partido na AD e disse que o futuro se faz caminhando “da direita para o centro”.

O CDS deve regressar à matriz, à origem. CDS significa Centro Democrático Social. Se calhar, um posicionamento mais ao centro, que faça uma convergência entre as preocupações sociais, as preferências pelos mais vulneráveis e pobres, um Estado social forte, e economia social de mercado, livre, que dê autonomia”, teceu o advogado de 35 anos.

Francisco Rodrigues dos Santos, vulgarmente conhecido como “Chicão”, é tido como o principal responsável da ausência do CDS na Assembleia da República, pela primeira vez, desde a fundação da democracia, ao não eleger nenhum deputado nas legislativas de 2022.

Dois anos depois, os democratas-cristãos conseguiram voltar ao Parlamento, pela mão de Nuno Melo (o atual líder) e da AD (que reúne PSD, CDS-PP e PPM).

No entanto, Chicão criticou a forma como o CDS se envolveu na coligação Aliança Democrática, acusando Nuno Melo de promover uma “subalternização e e quase uma fusão entre os dois partidos [CDS e PSD]”.

“O CDS está algo diluído no PSD ao ponto de, para muitos eleitores do centro-direita, ser irreconhecível a marca que o CDS aportou no quadro desta aliança, e até a margem de votação líquida que acrescentou a este resultado” – 79 deputados da AD eleitos: 77 do PSD e dois do CDS (Nuno Melo e Paulo Núncio).

Chicão apelas a diálogo com Chega… e PS

O ex-líder centrista defendeu que o diálogo para encontrar solução para o país tanto pode ser feito com o Chega como com o Partido Socialista (PS): “Defendo que no Parlamento todos devem falar com todos, não se deve excluir o voto pela origem”.

Referindo-se ao Chega, Rodrigues do Santos disse que não é aconselhável ignorar a vontade de “um milhão e 100 mil pessoas que decidiram colocar quase 50 deputados do Chega no Parlamento”.

“A melhor forma de lidar com o Chega não é tirar-lhe responsabilidades, é chamá-lo à responsabilidade”, considerou o democrata-cristão, não deixando, porém, de criticar o partido de André Ventura criticar por tentar “vender utopias às pessoas”.

Com algum humor, Chicão aproveitou para lançar farpas à Iniciativa Liberal, nomeadamente ao líder Rui Rocha, por ainda não ter admitido que se juntaria a um eventual Governo da AD: “O Rui é rocha, mas as convicções são de palha“.

Mas antes surgiria um inesperado elogio a Pedro Nuno Santos, com o qual partilha a ideia de que não as táticas políticas chegaram ao fim, e a sugestão de quem o PS deve fazer parte das soluções para o país.

“A AD deve fazer um diálogo estruturado com o PS, porque o nosso país deve perceber que há cortes de regime que são fundamentais e urgentes para Portugal (…) Se olhamos para os partidos como estando ao serviço dos portugueses, creio que a abertura para a convergência e ao compromisso deve ser explorada pelo futuro primeiro-ministro de Portugal”, considerou Francisco Rodrigues dos Santos.

Miguel Esteves, ZAP //

2 Comments

  1. Este ignorante que nunca fez nada da vida, e que conseguiu fazer desaparecer o partido da Assembleia, ainda quer opinar sobre algo que claramente não domina.
    Frases ocas, e ideias sem grande sentido.

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