Uma viagem ao campo de concentração nazi de Auschwitz está a ser equacionado pelo Chelsea para combater os comportamentos racistas dos seus adeptos.
Farto dos cânticos, símbolos e comportamentos racistas nos estádios, o Chelsea decidiu tentar educar os seus adeptos com uma viagem ao campo de concentração nazi de Auschwitz, na Polónia, onde os adeptos frequentarão cursos de educação.
A ousada ideia terá partido do dono do clube, Roman Abramovich, que tem origens judaicas e é um dos dirigentes do futebol que mais tem lutado contra o comportamento antissemita das claques.
Em Stamford Bridge, estádio onde o Chelsea atua, o comportamento dos adeptos é visto como motivo de preocupação.
Em setembro, tal como recorda o Observador, o clube inglês terá mesmo criticado publicamente o comportamento de vários adeptos que, num jogo contra o rival Tottenham, terão entoado violentos cânticos antissemitas.
De sublinhar que o Tottenham tem origens judaicas na sua fundação e inúmeros fãs da comunidade judaica – o que provocou as ofensas antissemitas.
Um dos cânticos entoados durante esse jogo contra o Tottenham envolveu diretamente um jogador. Durante os 90 minutos, os adeptos dos Blues (adeptos do Chelsea) terão cantado “Álvaro Morata (jogador do Chelsea) veio do Real Madrid e odeia os judeus”.
Terá sido este o comportamento racista, já recorrente nestes adeptos ingleses, que terá levado a administração do Chelsea a criticar publicamente os seus apoiantes, tal como revela o Independent.
“Se simplesmente expulsarmos as pessoas, nunca vamos mudar o seu comportamento”, referiu Bruce Buck, chairman do Chelsea, ao The Sun. “Esta política dá aos adeptos a oportunidade de perceberem o que fizeram, num esforço para fazer melhorar o seu comportamento”, explicou Bruce sobre a nova medida.
“No passado, os adeptos eram retirados do público e banidos durante três anos. Agora dizemos: Fizeste algo de errado. Tens a opção de escolher. Podemos banir-te ou podes passar algum tempo com os nossos ‘oficiais de diversidade’ para perceberes o que fizeste de errado”, contou Bruce Buck.
De acordo com o The Guardian, o clube enviou uma delegação a Auschwitz para uma cerimónia que se realiza todos os anos.
Em junho deste ano, um grupo de 150 funcionários do clube inglês viajou até ao campo de concentração com as despesas a serem todas pagas pelo Chelsea.
“As viagens a Auschwitz foram muito importantes e eficazes e vamos considerar mais ações destas para chegar às pessoas”, revelou Buck.
A apoiar esta nova medida, já surgiu a Associação de Adeptos do Chelsea à qual se juntou a Federação Nacional de Adeptos ingleses que considerou que “apenas banir as pessoas não muda o seu comportamento ou atitudes“.