“Amália no Japão” é um novo disco que reúne atuações de Amália Rodrigues no Japão e que inclui um fado nunca antes gravado em estúdio.
O disco “Amália no Japão” chega hoje ao mercado e, como o próprio nome indica, inclui gravações ao vivo de Amália Rodrigues na Terra do Sol Nascente em 1970.
Em entrevista à Rádio Renascença, Frederico Santiago, que tratou do espólio da artista portuguesa, revela que inclui o fado “É Noite na Mouraria”, escrito pela irmã Celeste Rodrigues e que nunca foi gravado em estúdio. O especialista realça que há ainda muito material inédito da fadista.
Amália chegou mesmo a gravar um genérico para uma novela japonesa, mas esse tema ficou de fora do disco. Frederico Santiago diz que Amália Rodrigues não cantou só fado no Japão, mas fazia “um altar para que o fado fosse uma coisa muito especial nesses recitais”.
A fadista foi ao Japão em 1970, onde fez “dois recitais em dois grandes teatros de Tóquio”, lembra Frederico Santiago. No entanto, “havia convites há mais uma década para Amália lá ir”.
“Isto marca o início do amor enorme do público japonês por Amália”, atira o curador. A sua “sofisticação” e a “melancolia” do seu fado conquistaram os japoneses, que se renderam à artista.
“Há um mercado muito grande no Japão. Nas casas que vendiam discos, no meio da música do mundo, depois havia uma parte que era só a Amália”, salienta Frederico Santiago à Renascença.
O especialista realça que “os fadistas eram muito ciosos do seu repertório” e que, portanto, “era muito, muito, muito raro alguém cantar reportório de outras pessoas”, referindo-se ao fado “É Noite na Mouraria”.
“A Amália cantou isto ao vivo, mas é um fado que nunca gravou”, disse Frederico Santiago, reiterando que é um raridade encontrar casos destes.