Reviravolta: Chega pode viabilizar Orçamento. Afinal, não era “irrevogável”

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JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O deputado do Chega, Pedro Pinto

André Ventura disse que o partido iria votar contra o documento. Mas se o Governo excluir o PS das negociações…

No final de Agosto, André Ventura anunciou que o Chega se tinha retirado nas negociações à volta do Orçamento do Estado 2025.

“Com toda a probabilidade votará contra” o documento, afirmou Ventura, falando sobre uma decisão “irrevogável”.

Nesta terça-feira, o presidente do Chega acrescentou: “Com o entendimento entre o Governo e o PS? Eu diria que sim, é irrevogável”.

Mas, afinal, o partido está disponível para viabilizar o Orçamento do Estado – mas só se o Governo excluir o PS das negociações.

O líder parlamentar do Chega disse nesta quarta-feira que, se o executivo disser que “não quer nada com o PS” e que quer chegar a um “acordo de viabilização do OE” com o Chega, o Governo “poderá contar” com o seu partido.

Pedro Pinto esteve em nova reunião sobre o Orçamento do Estado para 2025 com os ministros de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, da Presidência, António Leitão Amaro, e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

“Neste cenário de ‘não queremos nada com o PS, não queremos acolher as propostas do PS, queremos falar com o Chega e fazer uma solução de Governo e uma solução para aprovar este Orçamento’, cá estaremos para falar”, acrescentou.

O deputado do Chega disse que “houve uma tentativa dos três membros do Governo [presentes na reunião] de dizer que não estão a negociar com o PS” e que é preciso o executivo vir clarificar sobre se estão ou não em negociações com os socialistas.

Para Pedro Pinto, esta posição não contradiz o que tem sido dito pelo presidente do partido sobre o próximo OE, uma vez que, frisou, André Ventura “não fechou” totalmente a porta à aprovação do próximo orçamento e tem ressalvado que o voto contra do Chega é “irrevogável se o acordo [para viabilizar o OE] for com o PS”.

Pedro Pinto reiterou que “não há um recuo” por parte do partido em relação ao próximo ao OE e relembrou a importância de temas como a valorização das forças de segurança e combate à corrupção para uma eventual negociação com o Governo.

Para o encontro de hoje, explicou Pedro Pinto, o partido não levou qualquer proposta para apresentar ao Governo, como havia sido feito no primeiro encontro de âmbito orçamental, uma vez que o partido “saiu das negociações” e vai reservar as suas medidas para o debate orçamental na Assembleia da República.

“Não nos furtamos ao debate, nunca o fizemos e os portugueses podem estar descansados que o Chega vai estar ali na primeira linha a apresentar as medidas do seu programa”, afirmou.

ZAP // Lusa

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