(dr) Charlie Hebdo
Revista francesa colocou na capa a coroação do rei, com os filhos a dizer: “Até a mãe (princesa Diana) veio!”.
Há quem defenda, inclusive em Portugal, que não há limites no humor. Por isso, a expressão “longe demais” não existe nesse contexto.
A revista Charlie Hebdo, de vez em quando, vai voltando a aparecer nas notícias por causa das suas capas ousadas.
Desta vez a coroação do rei Carlos III, que está marcada para este sábado, foi o pretexto para uma capa (muito) ousada.
A revista satírica de França, obviamente, escolheu para capa uma caricatura relacionada com a coroação de Carlos III. Com atrevimento pelo meio, mais uma vez.
O título da sua edição mais recente é “Uma coroação bem-sucedida”. Até aqui, seria tudo pacífico.
Mas depois, sublinha o canal Euronews, vem o problema: a “aparência cretina” de Carlos III, acompanhada por um crânio cheio de vermes.
Polémica ainda maior: os seus filhos, os príncipes William e Harry, aparecem ao seu lado a olhar para ele a dizer: “Até a mãe veio!”.
Ou seja, o crânio com vermes que está entre a cabeça e a coroa de Carlos III é da princesa Diana, que morreu há mais de 25 anos num violento acidente de viação em Paris.
“Desagradável, talvez, mas definitivamente na linha de uma publicação que não pode ser acusada de falta de temeridade”, lê-se no Euronews.
A revista francesa, considera o artigo, está “farta do estrangulamento que a coroação provoca actualmente nos meios de comunicação social”.
Além disso, reforça uma ideia generalizada por parte de muitos britânicos (e não só): a sua esposa Camilla não deveria ser rainha.
Há pouco mais de dois anos, esta revista francesa também causou polémica quando publicou uma caricatura da rainha Isabel II a sufocar o pescoço de Meghan Markle, esposa de Harry.
Recorde-se que, em Janeiro de 2015, a sede Charlie Hebdo (em Paris) foi alvo de um ataque terrorista depois de uma série de brincadeiras sobre líderes islâmicos, incluindo Maomé. A última havia sido uma caricatura do líder do Estado Islâmico Al-Baghdadi. 12 pessoas morreram.
Quando gozaram com extremistas e foram atacados não havia um limite para o que era de mais, agora porque foi uma celebridade já foi de mais?? Onde é que definimos a linha??