O chapéu de Melania Trump marcou a cerimónia de tomada de posse do novo Presidente dos EUA – e até impediu Donald Trump de beijar a esposa devido às abas grandes. Mas entre memes e teorias, o adereço de moda esconde uma mensagem forte.
Com um grande chapéu azul escuro a esconder-lhe os olhos e, portanto, as emoções, Melania Trump foi, depois do marido, a grande figura da cerimónia de tomada de posse de Donald Trump como novo Presidente dos EUA.
A primeira-dama apresentou-se muito elegante com um conjunto em azul-marinho desenhado por Adam Lippes, um designer norte-americano, com um casaco e uma saia lápis em lã de seda, uma blusa de seda de marfim, uns saltos altos a condizer e o tal chapéu.
Nas redes sociais, há quem ache que o look seria mais adequado para um funeral. Mas os especialistas em protocolo de Estado destacam que se adequa a um momento como este – mesmo o chapéu.
A mensagem política escondida no chapéu de Melania
Foi a primeira vez, em mais de 30 anos, que uma primeira-dama usou um chapéu na tomada de posse de um Presidente norte-americano. A última a fazê-lo tinha sido Hillary Clinton quando o marido, Bill Clinton, tomou posse em 1993.
Para o antigo chefe de protocolo do Estado português, José de Bouza Serrano, é uma forma clara de Melania Trump “passar uma mensagem”, conforme diz em declarações ao Público. “Ela é a única primeira-dama e quer fazer a diferença“, destaca.
O designer do chapéu de Melania, o norte-americano, Eric Javits, concorda que o adereço passa “uma mensagem visual muito poderosa“, mas nota que também tem conotações políticas.
“É um momento de certa contenção e é realmente uma espécie de ponto de viragem em direcção a valores mais conservadores“, destaca Javits em declarações à ABC News.
“Uma barreira física que a protegia” (até do marido?)
O especialista em protocolo José de Bouza Serrano elogia a escolha de Melania em termos estéticos, salientando que “fica elegante” e “muito chique”.
Mas Vasco Ribeiro, também especialista em protocolo político, considera no Público que a primeira-dama “caiu no exagero, isto porque o chapéu era demasiado grande, ao ponto de até impedir que Trump, seu marido, lhe desse decentemente um beijo”.
Há quem ache que, na verdade, era essa ideia, apontando o chapéu como uma espécie de escudo “anti-beijos”.
Esse momento caricato entre Trump e Melania já é referido como o “beijo bluetooth”, uma vez que os lábios dos dois não chegaram a tocar-se.
Durante a campanha eleitoral, chegou a noticiar-se que Melania teria recebido 228 mil euros por aparecer na campanha do marido.
Para a consultora de imagem Mónica Lice, o chapéu “acabou por ser uma barreira física que a protegia do que estava a acontecer”, analisa também em declarações ao Público.
Criticando o estilo exagerado do chapéu, nomeadamente “as abas muito largas” que “impediram que lhe víssemos os olhos”, a consultora acrescenta que “pode ser uma estratégia para mostrar que não quer estar sob olhar das outras pessoas, mantendo a distância física”.
Mas também “passa uma mensagem de quem não se quer envolver muito com a situação”, adianta ainda Mónica Lice.
“Melania quase se quer esconder atrás da figura do marido, que é o verdadeiro protagonista. Ela quer parecer uma figura acessória”, conclui.
Melania passa “imagem de predadora” e de “ameaça”
O autor do livro “Torne-se um Decifrador de Pessoas” também analisou o look de Melania, nomeadamente o chapéu. Alexandre Monteiro realça no seu perfil do Instagram que “o chapéu a esconder os olhos dá a percepção de ameaça“.
“Os animais predadores antes de atacar tendem a baixar o olhar para aumentar a visão periférica”, aponta, associando o look de Melania a “uma imagem de predadora” e de “força”.
Quanto às cores escolhidas, e recordando o look azul claro que Melania usou na primeira tomada de posse de Trump em 2017, o especialista indica que “o azul está associado à eficiência, inteligência e confiança“. Mas em tons escuros, também transmite “credibilidade” e “poder”, constata.
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