Um estudo do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM) estima o impacto económico da final a oito da Liga dos Campeões, que decorrerá em agosto em Lisboa, em 50,4 milhões de euros.
Segundo o estudo de impacto económico e mediático da final a oito da prova, que vai decorrer, num formato inédito, em Lisboa, de 12 a 23 de agosto, quase metade (49%) do impacto “beneficiará refeições” em casa e fora da habitação.
Depois, o alojamento, com estadas mais longas devido ao modelo concentrado da fase final, contribui para 13% do impacto, as viagens para 9%, atividades turísticas recebem 5%, com as restantes percentagens divididas entre atividades publicitárias, eventos, compras e outras atividades comerciais.
O IPAM estima a presença de “16 mil adeptos sem bilhete e 3300 visitantes na final”, um número que conta com as comitivas das equipas, quatro centenas de jornalistas, mais de um milhar de integrantes do staff de apoio e outro milhar de convidados da UEFA, entre outros profissionais de produção e transmissão.
O professor universitário e especialista em marketing desportivo Daniel Sá, que coordenou o estudo do IPAM, explicou à agência Lusa que “este estudo foi muito mais difícil de fazer do que o normal, por ser o primeiro sem público, uma dimensão com um peso enorme”, além da dificuldade em prever “o comportamento social com pandemia”, das esplanadas às áreas criadas em redor dos estádios para atrair adeptos.
O docente universitário lembra estudos do IPAM em edições anteriores, como a de Lisboa 2014, cuja previsão era de 46 milhões de euros, ou a de Madrid, analisada pelo Turismo de Madrid, que refere 66 milhões de euros, para destacar um valor que não foge às finais anteriores, ainda que inclua seis outros jogos num contexto em que o fluxo normal de adeptos é desencorajado.
Ainda assim, Daniel Sá acredita que o mais importante dos impactos é o mediático, porque Portugal e Lisboa estarão “nas bocas do mundo durante 12 dias”, o tempo da final a oito.
“Os 50 milhões de euros são muito importantes, mas não vão salvar a nossa economia. O maior impacto, na nossa opinião, é o mediático”, comentou, apontando para os números da final de 2019, que gerou uma audiência de 400 milhões de telespetadores em todo o mundo, e mais de mil milhões de interações relacionadas nas redes sociais.
Em 2019, a final entre Liverpool e Tottenham, ganha pelos reds, obteve recordes de performance digital, garante o IPAM, e é essa característica que torna esta prova numa oportunidade para a capital portuguesa.
“Num contexto de pandemia, onde as economias querem recuperar confiança e onde Portugal tem o turismo como um pilar decisivo do seu PIB, esta é a melhor campanha de promoção e confiança de Portugal junto do mundo inteiro”, afiançou o coordenador do estudo.
O Comité Executivo da UEFA decidiu que Lisboa vai ser o palco para o desfecho da edição de 2019/20 da Liga dos Campeões, com uma inédita final a oito, em eliminatórias apenas com um jogo, nos estádios da Luz e José Alvalade, entre 12 e 23 de agosto.
// Lusa