Manuel Araújo / Lusa

Isabel dos Santos
O banco público emprestou a Isabel dos Santos, em dezembro de 2009, 125 milhões de euros para que a empresária pudesse comprar ações da ZON. Parte dessas ações era da própria Caixa Geral de Depósitos.
No fim do ano de 2009, a Caixa Geral de Depósitos emprestou a Isabel dos Santos 125 milhões de euros para que a empresária angolana pudesse comprar ações da ZON, empresa de telecomunicações que é agora a NOS. Parte das ações era da própria CGD (2%), sendo o restante da ZON (4,57%) e a Cinveste (3,43%).
Segundo o Correio da Manhã, mesmo autorizado, o financiamento pela Caixa recebeu um parecer condicionado da Direção-Geral de Risco. As garantias consistiram no “penhor financeiro das ações adquiridas e o aval da engª Isabel dos Santos, consubstanciado numa livrança subscrita pela Kento [empresa financeira da empresária angolana] e avalizada pela própria”, adianta um relatório do Banco de Portugal, consultado pelo jornal.
A Direção de Risco recomendava ainda que o crédito fosse concedido por um sindicato bancário, para reduzir a exposição do banco público, o que acabou por não acontecer.
O crédito era para ser pago à Caixa em sete anos. No entanto, em resposta ao Correio da Manhã, fonte ligada à filha de José Eduardo dos Santos disse que “grande parte já foi amortizado”, o que significa que ainda não foi totalmente pago.
Ainda assim, a fonte e também o presidente da Caixa da altura, Faria de Oliveira, garantem que o crédito estará a ser pago sem quaisquer incumprimentos. “Todas as obrigações foram cumpridas e estão a ser cumpridas. O crédito está em dia”, disse a fonte próxima de Isabel dos Santos.
Já Faria de Oliveira, atualmente presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), afirmou que este “não é tema em relação ao qual esteja levantado o segredo bancário e não tenho conhecimento que haja incumprimentos”.
No relatório, datado de 2011, o banco central português dizia que “os fundamentos” para a concessão do empréstimo “não são compatíveis com uma prática prudente da concessão de crédito”.
CGD aprovou sem ter avaliado capacidade financeira
Foi com o empréstimo da Caixa Geral de Depósitos que Isabel dos Santos, em conjunto com outros fundos, comprou ações representativas de 10% do capital social da ZON (atual NOS).
José Pedro Cabral dos Santos, responsável máximo da DGE na altura, explicou ao Banco de Portugal o racional por detrás da operação. “A CGD reduziria a sua exposição na ZON, uma vez que venderia ações dessa empresa; a ZON alienaria títulos próprios a um preço que garantiria à CGD, enquanto acionista, mais-valias; e a Cinveste, detida pelo coronel Luís Silva, comprometia-se a usar a receita da venda das ações da ZON na amortização de responsabilidades com a emissão de papel comercial”, escreve o jornal.
Cabral dos Santos considerou que “a capacidade financeira dos acionistas da Kento era confortável” e que “as garantias apresentadas eram consideradas suficientes”, sobretudo a “qualidade” das garantias, por exemplo, a “existência de aval pessoal da Engª Isabel dos Santos” e “um depósito [a prazo] obrigatório para reforço da garantia real [as ações]”.
Ainda assim, o BdP não ficou convencido quanto ao risco. “A análise de risco constante do processo, elaborada pela DGR, consistiu, sobretudo, na análise da situação da ZON, apontando o parecer no sentido de uma sindicância do empréstimo solicitado pela Kento, com a justificação de que a CGD já tinha um envolvimento significativo com a ZON e que não se encontrava disponível qualquer informação que permitisse avaliar a capacidade financeira da Engª Isabel dos Santos”.
A DGE da Caixa justificou a aprovação da operação por considerar que “tinha conhecimento” das participações que Isabel dos Santos detinha em diversas empresas”.
Descubra as diferenças:
Título: “Caixa Geral de Depósitos deu 125 milhões a Isabel dos Santos”
Subtítulo: “O banco público emprestou a Isabel dos Santos…”
Um nó de gravata bem feito para para acompanhar o terno escuro seria pouco, para todos os envolvidos neste roubo aos contribuintes Portugueses!!!
Mais uma gaiteira que nunca se soube como conseguiu nacionalidade portuguesa e enriquecer. Também este empréstimo já deve ter ido ao ar, enquanto ela entra aqui, em Portugal, quando quer e lhe apetece, com ares de quem manda nisto. Espera-se que o presidente Lourenço a meta nos eixos e nacionalize o que ela diz que lhe pertence, extorquido ao erário público de Angola. Já vai sendo tempo de Angola e Portugal terem paz e prosperidade, acabado de vez com estas “capelas”.
O que eu sei é que se eu pedisse uns milhões à CGD para comprar acções e desse como garantia essas próprias acções e o meu aval pessoal, ninguém me “emprestava” esse dinheiro!
Se não corressem contigo (ou quem fosse o “comum mortal”) a pontapé….
E há ainda muitos devedores que eles não querem que se saiba quem são Há muitos telhados de vidro e era chato saber-se que eram amigalhaços dessas quadrilhas de políticos que têm tacho na A. R.. Bandidos!!!!
Se bem entendo a CGD era a Santa Casa da Misericórdia dos ricos, nada mal para um Banco dito público!.