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Cessar-fogo violado. Pelo menos 15 mortos em combate na Síria

Pelo menos seis soldados das tropas de Damasco e nove combatentes da oposição morreram em confrontos esta sexta-feira na província de Idlib, noroeste da Síria, apesar do cessar-fogo declarado nesta quinta-feira à noite.

De acordo com o diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), Rami Abderrahman, os combates registaram-se depois da entrada em vigor do cessar-fogo, às 03h (01h em Lisboa). Trata-se da primeira violação da trégua depois do acordo assinado na quinta-feira pelo presidente turco, Recep Erdogan, e o homólogo russo, Vladimir Putin, aliado do regime de Damasco.

Os confrontos ocorreram nos montes de Zawya, no sul de Idlib, entre as unidades sírias e o grupo radical Partido Islâmico do Turquistão, em cujas fileiras combatem uigures (minoria étnica chinesa de religião islâmica) presentes no norte da Síria há anos.

Até ao momento, as autoridades sírias não reagiram a esta informação.

Apesar destes confrontos terrestres, desde o início do cessar-fogo não se registou o voo de qualquer avião de guerra no noroeste da Síria, segundo o OSDH.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou na quinta-feira à noite a entrada em vigor, à meia-noite, de um cessar-fogo na província síria de Idlib após conversações em Moscovo com o homólogo russo, Vladimir Putin, mas advertiu que Ancara ripostará a qualquer ataque. Nas suas declarações, Putin assinalou que o acordo também se destina a terminar com o sofrimento da população civil e contribuir para conter a crise humanitária.

Em simultâneo, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, indicou que os exércitos russo e turco vão promover a partir de 15 de março patrulhas comuns na autoestrada M4, eixo estratégico sírio que atravessa a região de Idlib.

Os dois chefes da diplomacia, Lavrov e Mevlüt Çavusoglu, precisaram que o cessar-fogo vai ser aplicado ao longo das atuais frentes de batalha e que o documento acordado pelas duas partes inclui, para além das patrulhas comuns, o estabelecimento de um “corredor de segurança” ao longo da autoestrada M4.

A ofensiva das forças de Damasco em Idlib, o último bastião jiadista e rebelde na Síria e onde estão presentes tropas turcas, provocou uma grave crise humanitária, com cerca de um milhão de deslocados que se dirigiram para a fronteira com a Turquia.

O conflito na Síria, iniciado em 2011, já provocou cerca de 380.000 mortos.

// Lusa

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