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“Centeno é no Eurogrupo o que a geringonça não o deixou ser em Portugal”

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GUE/NGL / Flickr

A eurodeputada Marisa Matias, do Bloco de Esquerda (BE)

Marisa Matias afirmou, em entrevista ao Jornal de Negócios, que se não fosse a geringonça, Mário Centeno seria como ministro das Finanças aquilo que representa enquanto líder do Eurogrupo.

Em entrevista ao Jornal de Negócios esta terça-feira, Marisa Matias afirmou que os últimos quatro anos de geringonça serviram, nem que seja, para controlar Mário Centeno e evitar que o presidente do Eurogrupo se substituísse ao ministro das Finanças português.

“Centeno à frente do Eurogrupo tem tido espaço para dar asas ao que teria sido o seu verdadeiro programa económico em Portugal se não houvesse a geringonça. Provavelmente, está mais confortável como presidente do Eurogrupo do que como ministro das Finanças, onde está condicionado pelo programa resultante do acordo parlamentar”, atirou a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às europeias.

Durante a entrevista, Marisa Matias chegou mesmo a destacar a “contradição profunda, e provavelmente insanável”, entre Mário Centeno ministro das Finanças de Portugal, “que tem de responder a um acordo parlamentar”, e o Centeno presidente do Eurogrupo.

Além disso, e apesar dos último quatro anos de proximidade com o Governo do PS, Matias sublinhou que o Bloco de Esquerda continua a defender uma “solução multilateral” da dívida, isto é, a reestruturação da dívida continua uma carta do baralho.

“Muito mais de metade dos países da zona euro tem dívidas acima dos 60% inscritos no tratado orçamental e isso mostra que há um problema de fundo e que alguma coisa não está a funcionar”, começou por dizer a bloquista.

“A dívida não é só resultado do que nos tentaram convencer – padrões de consumo individuais ou com investimento público –, é sobretudo resultado de fatores de dependência externa de Portugal. Temos trabalhado com propostas para limitar esses fatores, em particular no setor energético. O Bloco defende um acordo para uma renegociação multilateral das dívidas públicas“, afirmou.

Para a cabeça de lista do Bloco às eleições europeias, é “inevitável” que a União Europeia avance neste sentido.

É insustentável manter estes níveis de divergência macroeconómica. Nos últimos 20 anos, e com as fragilidades da arquitetura do euro, essa fragilidade agravou-se. Se não começarmos a dirigir-nos aos problemas essenciais, eles caem-nos em cima. O que parece impossível num dado momento torna-se inevitável no momento a seguir”, concluiu.

ZAP //

2 Comments

  1. Esta agora quer pretender fazer acreditar que por cá o Centeno fez bom trabalho graças à camarilha de extremistas que apoiam o governo e que por lá anda à rédea solta pelo meio um grupo de outra ideologia, é pena não ver os podres que se vão criando por cá logo a começar na saúde passando por outros sectores da sociedade, o que andará ela por lá a fazer?

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