O mais antigo partido político comemora, esta sábado, 100 anos de existência. PCP vai festejar o aniversário com 100 ações pelo país.
O PCP assinala, este sábado, os seus 100 anos com 100 ações, em mais algumas dezenas de locais, estando previsto um desfile, em Lisboa, em que vai participar Jerónimo de Sousa, secretário-geral dos comunistas.
“100 anos, 100 ações”, “umas mais singelas, outras mais temáticas”, como as definiu Jerónimo, são as iniciativas com que o partido substituiu o comício do centenário no Campo Pequeno, em Lisboa, anunciado há um ano e que foi cancelado devido à pandemia de covid-19.
O Campo Pequeno, em Lisboa, é um local simbólico para o partido, dado que foi aí que se realizou o primeiro grande comício do PCP a seguir ao 25 de Abril, com Álvaro Cunhal (1913-2005), o líder histórico dos comunistas portugueses.
Agora, espalhadas pelo país, haverá um “vasto conjunto de iniciativas, centrado nos problemas do país, dos trabalhadores e do povo”, sob o lema da “Liberdade, Democracia, Socialismo”, em defesa de “direitos, a melhoria das condições de vida e o progresso social, contra a exploração e o empobrecimento”.
Em Lisboa, e com um número limitado de participantes aos 100 – um por cada ano de vida do partido – realiza-se um desfile por vários locais da capital associados a um século de vida do partido.
Um grupo de 100 militantes, da JCP e do PCP, começa o desfile na Rua do Arsenal, onde trabalhava o operário que foi secretário-geral dos comunistas portugueses Bento Gonçalves, que morreu no Tarrafal, segue até à Rua da Madalena, onde, no n.º 225 – 1.º, o partido foi criado, em 6 de março de 1921, na sede da Associação dos Empregados de Escritório.
O desfile segue depois até à rua António Maria Cardoso, onde foi a sede da polícia política, que prendeu, torturou e matou militantes do PCP, passa pelo Largo do Carmo, local onde, em 25 de Abril de 1974, Marcelo Caetano se rendeu ao Movimento das Forças Armadas (MFA), que derrubou a ditadura de 48 anos, a mais antiga da Europa.
Já no Rossio, decorado com dezenas de postes com a bandeira vermelha do partido, a exemplo do que acontecerá no Porto e noutras cidades, haverá canções e discursos, o último dos quais será de Jerónimo de Sousa.
As comemorações do centenário vão prolongar-se até 2022, e em fevereiro o PCP lançou o livro “100 anos de luta ao serviço do povo e da pátria pela Democracia e o Socialismo”, de 300 páginas, que ilustra, em mais de 900 fotografias e imagens, momentos marcantes da história dos comunistas, das greves nos anos 1900 até à “revolução dos cravos”.
Fundado em 6 de março de 1921, em Lisboa, o Partido Comunista Português (PCP) é o mais antigo partido político, esteve 47 anos na clandestinidade durante o Estado Novo e foi central na resistência à ditadura.
Teve como secretários-gerais José Carlos Rates (1923-1925), Bento Gonçalves (1929-1942), Álvaro Cunhal (1961-1992), Carlos Carvalhas (1992-2004) e é atualmente liderado por Jerónimo de Sousa, desde 2004.
Figuras históricas excluídas do livro 100 anos de luta
De acordo com o Expresso, algumas das personalidades que fizeram parte da história do PCP estão ausentes do livro “100 Anos de Luta”. É o caso de Júlio Fogaça, que antecedeu Álvaro Cunhal na liderança e que foi afastado por ser homossexual, e de Pavel (Francisco Paula Oliveira) que substituiu o primeiro líder Bento Gonçalves.
Carlos Costa, um resistente antifascista que foi membro do comité central e responsável pela Comissão de Controlo da comissão política do PCP, só é mencionado numa breve passagem enquanto “dirigente do MUD Juvenil”. O semanário escreve que Costa foi afastado da direção em 2012.
Domingos Lopes, Barros de Moura ou Edgar Correia, pertencentes à ala dos “renovadores”, também estão excluídos da obra, assim como Carlos de Brito, que chegou a liderar a bancada parlamentar e que foi expulso do PCP em 2002.
Zita Seabra, que liderou a UEC e que foi banida do partido e acusada de ‘desvios burgueses’, também não é referida.
ZAP // Lusa
Parabéns ao PCP pelos 100 anos e obrigado pelas constantes lutas para construir uma sociedade mais justa equalitaria. O Capitalismo não é o fim da Historia, o Homem merece mais.
O PCP mata Portugal.
“Cem anos de ilusão”. Capitalismo… Qual capitalismo? É conforme as circunstâncias… Há cem anos era o capitalismo, há 50 era o fascismo, agora é o racismo, daqui a alguns anos quem sabe, até pode ser o Venturismo. Carrega Ventura, CHEGA-lhe!!!