Phoebe Peng, estudante de Engenharia da Universidade de Sydney, na Austrália, está a investigar novas formas de permitir que as pessoas com baixa visão e cegueira joguem ténis de mesa com a ajuda do som.
O ténis de mesa é um daqueles desportos que a maior parte das pessoas assume que não pode ser jogado por cegos. Mas Phoebe Peng quer mudar esse paradigma.
Na sua nova investigação, a jovem usou câmaras e altifalantes para permitir que os invisuais participassem. Juntamente com a empresa ARIA Research da U. Sydney, a estudante da universidade australiana criou o seu novo sistema experimental.
Segundo o EurekAlert, Peng incorporou um conjunto de altifalantes ao longo de uma mesa de ténis tradicional, assim como duas câmaras neuromórficas. Também conhecidas como câmaras de eventos, estas seguem o movimento dos objetos no seu campo de visão através de alterações locais de luminosidade, detetadas por pixels individuais no sensor de imagem.
Ao combinar a saída de ambas as câmaras, foi possível seguir a posição da bola no espaço tridimensional, em tempo real. Um algoritmo utilizou esses dados para controlar os altifalantes, fazendo com que produzissem um campo sonoro que correspondia à posição da bola.
Ambos os jogadores são, assim, capazes de ouvir a posição da bola. Apesar de ser um grande passo, a investigadora admite que é necessária mais investigação antes de o sistema ser disponibilizado comercialmente.
“A questão da perceção humana do som é um desafio técnico permanente”, explicou Peng. “Há limitações quanto à exatidão com que as pessoas conseguem perceber a localização do som. Que tipo de som deve ser utilizado? O som deve ser contínuo? Este é um desafio técnico que vamos enfrentar na próxima fase de desenvolvimento.”
Peng apresentou a sua investigação na quarta-feira, dia 6 de dezembro, na conferência Acoustics 2023, em Sydney.