Começa hoje a segunda vida do CDS. Nuno Melo avança com um objectivo, uma missão e três prioridades

Manuel de Almeida / Lusa

O eurodeputado Nuno Melo fala aos jornalistas à chegada à reunião do Conselho Nacional do CDS-PP

O eurodeputado Nuno Melo

Nuno Melo, eurodeputado do CDS-PP, apresenta, neste sábado, a sua candidatura à liderança do partido na sede centrista, em Lisboa, com um objectivo claro em mente: “devolver o CDS ao Parlamento”.

A candidatura de Nuno Melo era esperada, mas ainda não estava definitivamente confirmada, depois de o eurodeputado ter dito aos jornalistas e perante o Conselho Nacional centrista que seria candidato à liderança “a menos que algo de extraordinário aconteça”.

Dois dias após as eleições legislativas em que o CDS-PP perdeu a sua representação parlamentar, Melo já tinha admitido a possibilidade de ser candidato à liderança, se conseguisse garantir “condições institucionais”. “O CDS não acaba aqui”, garantia também.

Hoje será feito o anúncio oficial da candidatura, mas Nuno Melo já tem estado a mexer-se nos bastidores.

O Expresso avança que o eurodeputado está a organizar “uma convenção programática” para o próximo mês de Março, onde pretende “definir a sua moção”. Nuno Melo já fez convites nesse sentido, refere o semanário.

O eurodeputado acredita que é “o melhor candidato para o CDS por ser, no novo quadro político, o único centrista com palco de nível nacional e europeu”, aponta ainda o Expresso.

As três prioridades de Nuno Melo

Para já, Nuno Melo tem três prioridades: “não perder um segundo com ajustes de contas”, “voltar a afirmar o CDS como um partido de bandeiras e de quadros de excelência” e modernizar o partido no quadro do centro-direita, colocando-o no “espaço político entre PSD e Chega”, como destaca o Expresso.

O objectivo máximo é “devolver o CDS ao Parlamento”, como já referiu o eurodeputado que vai manter o seu lugar no Parlamento Europeu, mesmo que seja eleito presidente do CDS.

A missão de recuperar os dissidentes

Uma das missões de Nuno Melo será também fazer regressar alguns dos peso-pesados do partido que se afastaram durante a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.

O Novo atesta que o eurodeputado quer contar com “milhares de militantes e simpatizantes que nunca saíram, e muitos outros que, tendo tido diferentes decisões eleitorais por circunstâncias de conjuntura, pretendem” voltar ao CDS.

“Em conjunto, devolveremos o CDS ao Parlamento e ao lugar que justifica na nossa democracia”, considera o candidato citado por este jornal.

Na semanada passada, o Conselho Nacional do partido marcou o Congresso para 2 e 3 de Abril, em local ainda a definir.

A entrega das moções globais tem de ser feita até 15 de Março e estas devem ser subscritas por 300 militantes.

A eleição dos delegados concelhios e regionais decorre no dia 12 de Março, entre as 16 e as 20 horas, por escrutínio secreto e em listas plurinominais nas respectivas Assembleias Concelhias, Conselhos ou Comissões Directivas Regionais, devendo as candidaturas ser apresentadas até dez dias antes do acto eleitoral.

O 29.º Congresso do CDS-PP vai eleger o sucessor de Francisco Rodrigues dos Santos que se demitiu da presidência do partido e não se recandidata, após os resultados eleitorais que deixaram o partido sem qualquer deputado.

ZAP // Lusa

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