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Caverna em Inglaterra pode ter sido a casa de um rei que acabou no exílio

(dr) Royal Agricultural University

A caverna Anchor Church, em Inglaterra

Uma caverna que se pensava ser um local para festas do século XVIII foi identificada como um dos mais antigos interiores domésticos intactos já encontrados no Reino Unido e terá sido a casa de um rei anglo-saxão exilado.

No século XVIII, a chamada Anchor Church, uma série de cavernas no sul de Derbyshire, em Inglaterra, foi usada pela nobreza rural como um lugar para festas e, até agora, pensava-se que esse seria o seu propósito desde o início.

Mas agora, conta o jornal The Guardian, arqueólogos acreditam que este local terá 1200 anos, podendo ter sido a morada do rei Eardwulf de Nortúmbria, que foi deposto em 806 D.C. e morreu anos depois, em 830 D.C.

Não é uma caverna natural, não consigo pensar num processo natural que faça paredes, portas e janelas, muito menos pilares”, afirma ao jornal inglês Edmund Simons, investigador que liderou uma equipa de arqueólogos da Royal Agricultural University e da empresa Wessex Archaeology.

Tal como conta uma lenda local, Simons também acredita que o monarca deposto viveu mesmo nela como um eremita, onde os seus inimigos podiam ficar de olho nele. E, embora esta palavra nos possa fazer lembrar um velho solitário com barbas e roupas esfarrapadas, não teria sido esse o cenário em que viveu Eardwulf.

Na realidade, disse Simons, “seria alguém que teria discípulos consigo e que teria sido reverenciado como um santo. Já não tinha mais ao seu dispor o seu grande salão de festas, mas era um bom sítio para morar”.

Segundo o mesmo diário, Eardwulf foi enterrado em Breedon on the Hill, uma vila em Leicestershire, a poucos quilómetros destas cavernas.

A descoberta torna, provavelmente, este sítio “o interior doméstico intacto mais antigo do Reino Unido”, disse ainda o investigador.

“Temos igrejas com estes anos, mas nunca vimos um lugar com esta idade onde as pessoas dormissem, comessem e orassem, todo esse tipo de coisas. É bastante notável”, acrescenta.

A equipa de investigadores acredita que as cavernas foram modificadas no século XVIII, altura em que é sabido que Sir Robert Burdett, da nobreza rural, “mandou equipá-las para que ele e os seus amigos pudessem jantar nas suas divisões frescas e românticas” (o que incluiu, por exemplo, entradas maiores para que senhoras bem vestidas pudessem passar).

As conclusões da investigação foram documentadas num estudo publicado na revista científica Proceedings of the University of Bristol Speleological Society (que não se encontra disponível online).

ZAP //

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