Cavalo com vírus do Nilo detetado em Viana do Alentejo

Em Portugal têm sido detetados focos deste vírus desde 2015, ano em que foram registados oito casos.

Um cavalo com Febre do Nilo Ocidental (FNO) foi detetado em Viana do Alentejo, revelou hoje à agência Lusa a Direção-Geral de Veterinária, que adotou medidas e monitoriza a situação, tal como a Autoridade de Saúde Pública.

Questionada pela Lusa, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), através de e-mail enviado pelo Ministério da Agricultura, explicou que o caso de FNO “foi confirmado” num equino naquele concelho do distrito de Évora.

“O caso foi diagnosticado através de análises laboratoriais efetuadas no Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, após suspeita clínica de possível infeção”, indicou a DGAV.

Também a Federação Equestre Portuguesa (FEP), na sua página da Internet, já tinha revelado ter sido informada pela DGAV da confirmação deste caso de FNO e alertou “todos os médicos veterinários”, assim como “proprietários de cavalos e cavaleiros”, para a situação.

Nos esclarecimentos prestados hoje à Lusa, a DGAV realçou ter acionado o Plano de Vigilância da Febre do Vírus do Nilo Ocidental e estabelecido “um círculo de vigilância com um raio de 20 quilómetros em redor do caso detetado”.

“Dentro deste perímetro, foram identificados os cavalos existentes, que estão a ser examinados clinicamente no sentido de detetar sinais compatíveis com a FNO”, mas, não obstante estes trabalhos em curso, “até ao momento não foram identificadas novas suspeitas”, frisou.

A FNO, explicou o organismo, “não se transmite por contacto direto entre cavalos, mas sim através de picadas de mosquitos infetados”, sendo as aves selvagens “os hospedeiros primários do vírus”.

Os equinos e os seres humanos “são considerados hospedeiros finais do vírus e podem ser infetados acidentalmente, através de picadas de mosquitos” infetados, mas não transmitem “a doença entre si”, destacou a DGAV, indicando ter alertado a Autoridade de Saúde Pública.

Contactado pela Lusa, o médico Agostinho Simão, um dos delegados de Saúde do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central (ACES AC), afirmou estar a acompanhar a situação, “em articulação com os serviços veterinários”, mas realçou tratar-se de uma doença “de evolução benigna“.

“Tanto nos cavalos, como nas pessoas, é uma doença com uma evolução benigna e com um risco de complicação com uma incidência muito baixa“, pelo que “não há motivo para alarme, está tudo controlado“, tranquilizou o delegado de Saúde.

Ainda assim, Agostinho Simão assinalou ter entrado “em contacto com todos os colegas de medicina geral e familiar” das unidades de Saúde que “fazem parte do ACES AC” para os “alertar que, se aparecerem algumas suspeitas ou eventuais casos, devem reportá-los imediatamente”.

“Os serviços de veterinária têm tudo monitorizado e estão a fazer um procedimento que nós também poderíamos fazer, que é, no terreno, identificarem qualquer criador de mosquitos”, como “poças de água ou charcos e, quando encontram uma situação dessas, aplicar produtos para os matar”, frisou o médico.

Em Portugal, revelou a DGAV, têm sido registados focos de FNO desde 2015, ano em que foram detetados oito casos, seguindo-se seis em 2016, um em 2017 e, este ano, apenas este em Viana do Alentejo. Regra geral, “os cavalos recuperam da doença”.

Como prevenção, a DGAV aconselha diversas medidas aos proprietários de equídeos, como proteger os animais da exposição aos mosquitos, utilização de repelentes de insetos quando estiverem recolhidos e inseticidas nos locais adjacentes às instalações, eliminação de águas estagnadas e vacinação, entre outras.

// Lusa

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